sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Chuva, antiga...



Chove e gosto; e sinto, sempre, que o som da chuva é muito antigo; e que chove sobre a terra, sobre mim e sobre o mundo, e eu sou a terra, o mundo, o tempo, a chuva e o som da chuva. Há, no som da chuva, que cai sobre mim, ao ouvir a chuva, o tempo da chuva e o tempo do mundo e o tempo do tempo e o tempo de mim! ...

É como se eu fosse da idade da chuva, da idade da terra, da idade do mundo, da idade do tempo, e por isso não me basta dizer: chove; e é bom ouvir a chuva...Porque algo me faz lembrar o inlembrável e ao dizer isto sei que não é construção da mente para efeitos estilísticos..Não!...É sentimento. Antigo. Como a chuva. E o tempo...

Desde quando choves, chuva, e sobre mim roças lembranças que não desvendas?!...   

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In o meu livro, " Os Caminhos do Silêncio " - Chiado Editora, Outubro 2011

( Foto Net )

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

São estas as águas


( Foto do Guadiana, em Mértola )

São estas as águas do rio
Que le(a)vam as letras do meu nome.
Águas limpas águas claras águas sempre em movimento.
Nelas desliza o bote do meu destino.
O meu corpo fala a linguagem dos peixes
Que sabem ser este o espaço
Da minha liberdade.
Aqui, o cântico do sol e da bruma
Brota do ritmo harmonioso do meu coração
Identificado com a terra, com o céu e com a água.
O verde das margens é o verde dos meus olhos.
É este o rio certo.
O barco certo.
O ritmo certo.
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In o meu livro, " As palavras são de água "
Chiado Editora, Setembro de 2009