Chove e gosto; e sinto, sempre, que o som da chuva é muito antigo; e que chove sobre a terra, sobre mim e sobre o mundo, e eu sou a terra, o mundo, o tempo, a chuva e o som da chuva. Há, no som da chuva, que cai sobre mim, ao ouvir a chuva, o tempo da chuva e o tempo do mundo e o tempo do tempo e o tempo de mim! ...
É como se eu fosse da idade da chuva, da idade da terra, da idade do mundo, da idade do tempo, e por isso não me basta dizer: chove; e é bom ouvir a chuva...Porque algo me faz lembrar o inlembrável e ao dizer isto sei que não é construção da mente para efeitos estilísticos..Não!...É sentimento. Antigo. Como a chuva. E o tempo...
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In o meu livro, " Os Caminhos do Silêncio " - Chiado Editora, Outubro 2011
( Foto Net )