quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Gota de orvalho

" De muito longe
uma gota de orvalho desconhecida
brilha direito aos meus olhos "
.
Bosha Kavabata
In " Folhas caem, um novo rebento"

terça-feira, 3 de outubro de 2017

A minha essência

Sem lembranças de nada...

Que parte de nós é receptiva à essência das coisas, às palavras mais puras, à beleza das mensagens, à aceitação sem medo dos caminhos inimaginados, à abertura das cortinas longe do propósito de as abrir, é como se deixássemos de ser pesados no hábito de o sermos, é como se..., não: é mesmo quando planamos sem o sabermos, quando estamos leves sem o pensarmos ser, é quando somos outros que outros olhos se abrem, não sei em que parte de nós é outra a consciência, outro o patamar do ser. É então que as coisas sublimes ( me ) acontecem. Sem explicação. Com uma realidade própria. Leves e sábias. Envolvido nelas, como se corpo em nuvem, sou pureza de musgo e alga, dentro e fora, apenas luz, sem lembranças de sombras. Sem lembranças de nada.
País, de que mundo?
Consciência, de que vida?
Não sei.
Apenas que faço parte de que mistério ( ? ), quando disso nem me lembro, me vejo viajando no mundo em que passo, mas tão leve me sinto, que dou um passo, sem limite de tempo, nem de espaço...
Eduardo Aleixo, In " Os Caminhos do Silêncio "
Chiado Editora, Outubro 2011

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

As sombras

As sombras
das árvores
São oásis
Nos desertos
Que há nas cidades.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

É onde te sentes tu


Há um espaço que não muda nunca!
É onde te sentes tu.
Igual ao que eras
Longe...
Esse espaço é um bosque
De silêncio remansoso...
Onde permaneces criança
Que te olha
E espera o teu olhar.
É um espaço no tempo sem tempo...
Em que tudo já sabias
O que agora lembras
Ao reveres o teu rosto.
Sim...já não existem as árvores.
Resta a colina,despida.
E a pedra onde te sentavas.
Mas o espaço é o mesmo.
E lá permaneces sentado!....

Eduardo Aleixo

Assim são os poemas


Assim são os poemas
Hinos e Odes
Com alegrias e dores
Nos bicos inocentes das aves..
.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Porque gosto do mar

Já sei porque gosto do mar. Sou como ele, violento e calmo e solitário e acompanhado por todos os segredos, mistérios e sentimentos do mundo.

sábado, 2 de setembro de 2017

Praia de Galápos-Arrábida


Foto de Eduardo Aleixo.

SABEDORIA AMERINDIA

" As decisões do Homem, as suas acções e os seus actos comprometem o universo inteiro. Nada está separado, como mostram os desenhos dos tapetes Kiowas onde o universo aparece sob a forma de ritmos, de energias, de ressonâncias. Tu pertences à trama infinita em que tudo comunica. Não tomes nenhuma decisão sem teres antes descido muito fundo dentro de ti próprio."
SABEDORIA AMERÍNDIA

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Agosto tórrido
( Mértola )
Em redor de mim só há secura.
Apenas os aloendros exibem as suas brancas flores.
As cores verdes....estão pálidas.

Gostei de te ver

A beira da estrada.
Parei.
E gostei de te ver.
( ontem)
Secura!
Terras entre Mertola e Castro Verde.
Agosto
( ... e dói ver nestes campos secos, debaixo do calor que abrasa, os borregos e os outros animais sofrendo e procurando os parcos alimentos! )

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Enleado no tempo...

Vou indo enleado no tempo,
Com sonhos, saudades e desejos da leveza do sem tempo!..
Como se fosse embalado pelo vento
Sou erva com bicos de pássaros e raizes aladas
No chão sagrado do agora...
.
Eduardo Aleixo
2013

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Gladíolo


Gladiolo , amalhado debaixo da oliveira, e visitado pelos raios do sol poente.
A todos uma semana harmoniosa.
GostoMostrar mais reações
Comentar

segunda-feira, 3 de julho de 2017

A pureza das noites

30/06/2015
A pureza das noites com o bote deslisando sobre as águas onde o céu limpidamente se reflecte.
Brisa fresca no rosto do ser encantado com o mundo
 mas sonhando o sonho da igualdade , da liberdade e do amor.
Tudo é melodia no silêncio da noite: o rumorejar plácido dos remos. o saltitar feliz e leve dos peixes prateados sobre o prateado das águas. o coaxar monocórdico das rãs. o ronronar cantarolante dos grilos. o rechinar troante das cigarras. o brilho intenso das estrelas. o sombreado ondulante das folhas dos choupos. a melopeia ininterrupta das cararatas. a ursa maior. a estrada de são tiago. o orion. o sete estrelas. a cassiopeia. a estrela da manhã. o silêncio envolvente pleno e sublime da alma inocente visualizando as mulheres sonhadas como se fossem fadas e todos os sonhos certos ao alcance de uma mão estremecendo o coração...
Pureza de muito longe... que não deixo morrer... e que ilumina ainda...
e quero que ilumine...
e ha-de iluminar...
os caminhos pedregosos
do presente ...
Eduardo Aleixo
1 de Julho-Lisboa 
.
( foto de Isabel Vieira )

domingo, 2 de julho de 2017

É a escrita que me escreve


É a escrita que me escreve.
É o sonho que me sonha
.É o céu que me lembra das raízes.
É o indizível que me cuida das palavras.


Eduardo Aleixo
Lx 2012

Que olhos vislumbram...

Nas margens do rio
Que olhos vislumbram
A luminosidade intensa
Das águas claras e profundas?
Eduardo Aleixo
( Escritos insight )
Junho 2014

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Sentes-te bem

Onde entras e recebes brisa indelével sobre a pele da alma,
Pegadas segredos registos de sorrisos e de lágrimas,
Nervuras dos teus passos,
Aroma dos teus percursos.
Sentes-te bem.
As pancadas do coração são harmónicas
com os sorrisos dos goiveiros.
Cumplicidade doce dos pássaros
que sabem
que tudo fica guardado no tesouro das brisas..


Eduardo Aleixo
Out.2014

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Meu olhar

( Só ) nas palavras a ( em ) mim confiadas
confio.
Depuradas,
são fio.
Meu bote.
Meu olhar.
Meu rio.


Eduardo Aleixo

Cantiga das rosas

Se fossem pessoaas seriam mulheres
Se fossem mulheres seriam rosas 
Abertas
Maduras
Garbosas
Dançando voluntariosas
Com o corpo do vento
Sonhadoras
Dengosas
Sábias
Vaidosas
Ternas
Preciosas
Se fossem pessoas seriam mulheres
Se fossem mulheres seriam rosas...


Eduardo Aleixo
Maio de 2016

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Arvores amigas

Sinto as árvores amigas
As folhas olham -me
Enquanto dançam no vento
O meu cão dorme na sombra da nespereira
Eu bebo o sol
Ouço os pássaros e o vento
Parou o tempo.
Eduardo Aleixo
31 de Maio de 2016

terça-feira, 30 de maio de 2017

Por que fogem as árvores?

Foto de Eduardo Aleixo.

Peço desculpa ao silêncio!

Acho que todos os silêncios falam!
Nós é que não ouvimos.
Por não estarmos atentos. 
Ou, como desta vez, não esperarmos.
Não imaginarmos!
Acontece . Demasiadas vezes!
Peço desculpa ao silêncio!

quinta-feira, 25 de maio de 2017

O respirar manso da terra

Que silêncio 
No ar fresco
Na sombra das árvores 
O respirar manso da terra
O cantar dos pássaros 
O afago da brisa nos ramos oscilantes
Um comboio que passa
E um avião também no céu
Vela acesa em que parte de mim...
O meu dia hoje começou assim!....
.
Edu.
Oeiras( jardim ) -ontem

Ilimito-me

Limito-me
Ao ilimitado........
- ilimito-me...
.
Edu
( em todas as datas e lugares )

sábado, 13 de maio de 2017

ROSAS

Do centro onde a luz perpétua brilha
Que caminhe sempre em direcção às rosas pacificas
A que peço protecção
Rosas
Que cansadas
Murcham
Apenas pelas investidas raivosas do vento !
( em todas as datas e lugares )

Travessia do deserto

Quando o gato enroscado afunda o focinho dentro do pêlo eremita
prepara a travessia do deserto.
O vento espalha nas areias debaixo das estrelas
As sementes das escolhas dolorosas.
Principio da espera.
Maturação.
Até que te cresça
Um novo ser
No chegar da Primavera.
Eduardo Aleixo
( em todas as datas e lugares )

sexta-feira, 5 de maio de 2017

LAI SI

Foto de Eduardo Aleixo.

Levantei-me da cama e abri a janela e o sol inundou o quarto todo com a sua luz!
Debrucei-me na janela para o dia, a agradecer a Deus e ao Universo, como sempre faço, o estar vivo e poder desfrutar de mais um dia de vida.
Voltei para o quarto e abri a porta e disse:
- deixa- me fechar a porta,antes que a Lai-si venha disparada como uma seta e salte para o parapeito da janela e mais uma vez salte do quinto andar, assim que veja um pássaro voando!...
Então... lembrei-me de que já não era preciso fechar a porta do quarto!
Já não era preciso!
.

Eduardo Aleixo

Meu olhar...

( Só ) nas palavras
em mim confiadas
confio.
Depuradas
são fio.
Meu bote.
Meu olhar.
Meu rio.
Eduardo Aleixo
!3/12/2012

ALTAR DO CEU

Paisaagem que transmite serenidade
Perto da Ermida da Senhora de Arcelli  ( altar do céu )
Castro Verde - Mértola

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Amorosamente acarinhados


Sempre que nos falamos e olhamos
sem teias nas palavras e sem brumas no olhar

é que nos vemos
amorosamente acarinhados com o todo
do céu e da terra
da vida e da morte
da alegria e da tristeza
da solidão e do abraço
do amor e das mágoas
da mentira e da verdade !
Eduardo Aleixo
Janeiro 2013

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Respiro. no tempo suspenso.

21/02/2016
Respiro.no tempo suspenso.à beira do lume aceso.ouvindo o vento.parado no tempo.mas sinto que me movo. num tapete que se move....

Sem inquietação e com aceitação involuntária fluxo sou que se desloca e não se nota.
Mas noto e estranho esta minha estranha e voluptuosa serenidade...
Eduardo Aleixo
Noite de Fevereiro

quinta-feira, 13 de abril de 2017

ESTEVAS

São lindas as flores das estevas.....
Tenham um bom dia...

Nem alegre nem triste

Leve de afago nem alegre nem triste indelevelmente quase doce
Longínquo intermitente sem que se espere
Estendido no dorso infinito do mar
Não é este não o teu cantar permanente e eterno de visitas liquidas aos nossos pés descalços,
Não,
São as gares e os lenços
Como rendas de espuma,
Barcos
Que perduram
Sem remos
Nem destino
Nas névoas navegantes da memória !....
Costa da Caparica, Junho de 2015


sábado, 8 de abril de 2017

Tudo passa

Tudo passa
mas tudo fica.
Tudo lembra
mas tudo esquece.
Estranhamente...
é tudo estranho.
Ou talvez não:
era noite,
ora amanhece.
Tudo é diferente,
mas se repete...

Eduardo Aleixo

( em todas as datas e lugares)

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Na companhia das giestas

Nestes dias na companhia das giestas ouvi o vento fazendo balouçar os braços dos pinhais e ouvi o vento e perguntei como sempre pergunto o que diz o vento e ouvi os pássaros cantarem e perguntei como sempre pergunto o que dizem os pássaros quando cantam àquilo que não sei....
Eduardo Aleixo
6 de abril

quinta-feira, 30 de março de 2017

A outra face do mar

É preciso imaginar o que dizem os búzios! Que conhecem os segredos do mar! Que o mar não deixa contar! Fica apenas um cantar soturno. Um lamento cavo e difuso. O estrondo infindo do choque violento das vagas contra as tábuas dos barcos que submergem e com os barcos as mãos que acenam e imploram e dizem adeus. Os lábios que se beijam. Os corpos que se enlaçam. Os olhos que se fecham. Os choros e os gritos estrangulados na garganta das águas inclementes. Os sonhos acabados de nascer e sepultados no fundo do mar para sempre. Eis o que dizem os búzios. Ou imagino que diriam. Se pudessem falar.

Eduardo Aleixo
2011


quarta-feira, 29 de março de 2017

Me testemunho

Me testemunho no poema que de mim sai
Sem filiações a não ser a da fonte auto-descoberta
Sem citações nem escolas nem modelos
Apenas 
Flor
Aberta
No deserto
Feliz e pura 
Como água 
Pronta a iniciar 
A sua caminhada....
Como eu
Deslumbrada 
Retraída 
Um pouco ousada
Da vida não sabendo
Mesmo nada!
.
Eduardo Aleixo
( agora mesmo )

segunda-feira, 27 de março de 2017

Varanda de Lisboa

Varanda de Lisboa em dia muito frio.
A hortênsia ...dá- me saudades das que vi nos Açores...
Tenham boa tarde!

Sede de palavras com sede

Sede de palavras com sede 
de água fresca e pura
manhã
tão luminosa como a luz,
descerra as cortinas do meu sonho
e mata as saudades das coisas que nunca vi,
conduz-me à fonte do sorriso
e ajuda-me a ser o ser
para que nasci!
-
In " Os caminhos do silêncio ", Chiado Editora, . 2012

domingo, 26 de março de 2017

Imaginações 2


( Foto de Lucília Ramos )

O indizível

Também acho que é o indizível que me move e me toca às  vezes. 

Saudades do indizível do que vi na realidade da minha imaginação ou no meu imaginar matematicamente real.

Mas as saudades do chão que piso também as sei como se fosse estrela com saudades da terra de onde tivesse um dia voado como pássaro ou anjo.

É um sentimento melancólico, um pouco triste e estranho, como se eu fosse um estrangeiro  neste mundo, este de ter saudades da terra quando chego ao céu e saudades do céu quando na terra dos homens vivo, que é o caso.É como se tivesse esquecido vestes minhas em qualquer parte do universo e gostasse de as recuperar e sentisse um vazio semelhante ao que sentem os amantes com a falta do bem amado, quando no deserto do mundo luminoso do universo sem fim me faltassem coisas finitas como a casa, o mar, o cheiro dos campos, o riso das crianças, o cantar dos pássaros, o olhar amado dos seres, a frescura das manhãs, a cor cálida dos poentes avermelhando as águas azuladas do mar!...

sábado, 25 de março de 2017

As Fontes

Imaginações - 1
.
As fontes
.
Apelo irresistivel pelas fontes !
Mas fontes sentidas como se já conhecidas em tempos e espaços não lembrados, mas com afagos indesmentíveis de lembranças !
Saudades de lugares e de tempos fora dos lugares e dos limites do nosso tempo !
Inexistentes, improváveis e impossíveis, dentro da lógica estreita e pobre da objectividade, eles existem ontologicamente em mim, como se águas limpas no meu peito me deixassem ver curvado sobre um tempo que ficou indelevelmente gravado e que de súbito se esvai como se pertencesse à eternidade e deixasse a impressão suave de um sinal,de um trilho, de uma marca, de uma mensagem cinzelada como testemunho e testamento na pele invisível da minha alma !...
Eduardo Aleixo
 ( em todas as datas )

quarta-feira, 22 de março de 2017

A caminho de Mértola

Trigal
A caminho de Mértola
O Zeca Afonso cantaria:
- verdes são os campos...