sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Escolha das palavras puras

Escolha das palavra puras
que nem palavras sejam
gotas de água suspensas dos ramos
com a luz do sol por dentro.
Eduardo Aleixo
Sintra, 28 de Janeiro
( no meio das árvores )

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Palavras que sairam de mim

Sim....são palavras 
que saíram de mim!
Agora... regressam!
Sem asas.
Cansadas.
Sem alma.
Destroçadas.
Surpreendidas.
Desiludidas...
Reconheço -as.
Recebo-as.
Com muito amor.
E sinto que ao recebe-las
é a mim que me recebo,
é a mim próprio que regresso:
asas minhas, que consolo,
e afago.
Eduardo Aleixo
Janeiro de 2016

domingo, 24 de janeiro de 2016

Abraço harmonizante

Prcuro em vão? a Palavra que só no silêncio com mãos de anjos aconchegantes no corpo dorido da alma sedenta de luz clara sobre o regaço dos espinhos insuspeitados seja refrigério resgate e abraço harmonizante com as águas dissolventes das cataratas do universo...
Eduardo Aleixo
Noite de Janeiro

Não contem comigo para nenhuma guerra.
Prefiro cuidar das flores.
Eduardo Aleixo
( em todas as datas e lugares )

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Em tua memória

Nostálgicas mãos, doce pele de brisa, indelével roçagar de folha, recados sibilinos do sol ultrapassada a fronteira do horizonte irreversível, gotas de orvalho resgatando saudades no regaço da manhã antes do acordar dos pássaros:
assim são as presenças distantes inalcançáveis dos barcos que deslisam nos riachos do sangue durante as horas ausentes do sono , borboletas que segredam promessas,alegrias e tristezas, sonhos, esperanças, poemas e ramalhetes de palavras e silêncios recordados, asas de anjos que dançam e não se queimam nas labaredas das chamas invisíveis...

domingo, 17 de janeiro de 2016

As flores são os poemas

A chamada inspiração não tem que ver
com o pensamento da mente
mas com a iluminação do espírito
que desce pelo corpo da alma
até à raiz das palavras
e as faz crescer como plantas.
As flores ...são os poemas.

Os poemas são seres vivos

Sei de fonte certa que os poemas são seres vivos !
Tem vida própria !
Como nós, vivem muitos ou poucos anos.
Sei porém... que há poemas
que por nascerem antes do tempo
se recusam a serem rasgados
e mesmo publicados
antes da chegada do momento
de poderem ser manifestados.
Só então o poeta se apercebe
do destino das suas palavras
e do que elas sempre significaram!
Eduardo Aleixo
Janeiro 2016

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O que resta incólume


(Foto minha - flor do meu hortejo )
O que resta incólume ? !
O rosto autêntico, que desafiou o vento.
O que é simples, profundo e transparente.
Figura gravada na pedra mais dura da montanha.
Aceno de ternura.
Dança de contentamento aplaudido por crianças.
Amor puro,
suspenso,
ancorado
e perdido
no tempo !

Eduardo Aleixo
Lisboa e Mértola, Dezembro 2015