" O tempo de escrever como outro
tempo
largo e de lago
espelhado em mil distâncias
e montanhas" - ana luísa amaral -
in " Entre dois rios e outras noites"
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Preciso do tempo para o meu tempo como se não tivesse ( houvesse ) tempo. Único espaço onde respiro e me sinto livre. Nem preciso de espelho para me ver o rosto que tenho e ser a respiração que respiro. Pode existir ruído, mas só o silêncio se ouve. Catedral de espaço ilimitado. Autenticidade cinzelada a sulco de lâmina no jade mais profundo e puro. Arco luminescente giza o discurso língua vibrante entre o céu e a terra, entre as águas e o fogo, entre a vida e a morte. No céu desta boca de lume me vejo e falo e me atasco leve e me voo semente na terra amada e sulco as águas bote por janelas de vagas onde assomo as corolas ronronantes do mistério. No centro dessa boca ventre sou eterna criança não nascida com memórias sem palavras e receios de esquecimentos de um tempo ainda por nascer! Mas tudo decifro cavalgando as sílabas do silêncio que enche como almas velhas ondulantes o espaço sem tempo da catedral sem nomes, diluídos nos altares do amor pleno...
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In " Os caminhos do silêncio ", a publicar
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Foto de Frutuosa Santos
9 comentários:
Costuma-se dizer que o silêncio é de ouro...
o silêncio escuta-nos e ensina-nos a escutar...
tempera a vida,
tempera o amor...
o tal amor pleno de que falas neste tão bela prosa poética com que nos brindas!
um bem haja amigo
o tempo do tempo... como "só o silêncio se ouve", não é preciso dizer nada... silenciosamente, adorei, esta belíssima proza. beijinho, Edu.
O poeta proseia entre a alquimia do siêncio e o pleno amor... que é o fim a atingir...e aí...vai cavalgando as sílabas desse mesmo silêncio, até à fala entre o céu e o inferno.
Desde a sua condição de "naturo" até agora, em que só deseja alcançar a "catedral do silêncio", sentimento ao qual só ele preside!
Texto rebuscado. Espero estar a definir de forma correta.
Abraço Nela
Meu querido Eduardo
Hoje apenas deixando um beijinho...o silêncio por vezes diz mais que mil palavras, obrigada pela visita e carinho.
Rosa
O tempo. As memórias. As palavras. Os silèncios. Muito belo este texto.
Um beijo, Eduardo.
Estive uns dias fora. Obrigada pela preocupação...
há silêncios assim. um belíssimo texto que só agora li.
beij
Sendo hoje o dia internacional da Amizade e do Amigo, passei especialmente para deixar um abraço bem apertadinho e um grande beijinho.
“A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você.” (Ralph Waldo Emerson)
Maria
Há silêncios assim... irrompem no nosso sentir e fixam-se. :)
Lindo, Edu amigo. Beijinhos silenciosos.
É um excelente texto!
abraço
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