quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Chuva, antiga...

Chove e gosto; e sinto, sempre, que o som da chuva é muito antigo; e que chove sobre a terra, sobre mim e sobre o mundo, e eu sou a terra, o mundo, o tempo, a chuva e o som da chuva. Há, no som da chuva, que cai sobre mim, ao ouvir a chuva, o tempo da chuva e o tempo do mundo e o tempo do tempo e o tempo de mim!...
É como se eu fosse da idade da chuva, da idade da terra, da idade do mundo, da idade do tempo, e por isso não me basta dizer: chove, e é bom ouvir a chuva, etc... Porque algo me faz lembrar o inlembrável e ao dizer isto sei que não é construção da mente para efeitos estilísticos...Não! ...É sentimento. Antigo. Como a chuva. E o tempo...
Desde quando choves, chuva, e sobre mim roças lembranças que não desvendas?!... -
In " Os caminhos do silêncio"- a ser apresentado em 5 de novembro, em Lisboa.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Não há lágrimas mais puras!

Tudo fica em mim
Pedra me edifica
Flor
Nervura de folha
Desenhos gravados nas conchas
Músicas legadas aos corações dos búzios
Dores, mágoas, promessas não cumpridas,
Desejos não satisfeitos,
Encruzilhadas, becos,
Bosques inventados em caleidoscópios de magia
Mas que o sol cru de uma manhã
Ou o vento agreste de uma noite
Ou as circunstâncias que a poesia não descreve
Bolinhas de sabão embatem contra as rochas...
Mas tudo fica no coração do poema
Atordoado
Sublimado
Sublime
Doce amado poema
Do amor mais puro que há
Perfume que as almas cheiram
Em cálices de suavidade sorridente
Bálsamo de perdão
Não verbalizado:
Não há culpas
Face aos enigmas poderosos
Que atravessam as nossas vidas!
Perante elas me inclino
No labirinto
Dos versos
Gravados nas paredes das grutas
Por onde passo alado
E digo:
- Não lágrimas mais puras
Mesmo com resíduos de mágoas
Nem sorrisos mais cristalinos
Nem silêncios mais carinhosos
Do que estes que ouço
À medida que vou escrevendo o meu poema...
-
In " Os caminhos do silêncio"
( a ser apresentado em Lisboa, em 5 de Novembro )

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O meu livro, " Os caminhos do silêncio".

Prefaciado por Isabel Mendes Ferreira, o livro, " Os caminhos do silêncio " ,será apresentado no dia 5 de novembro, pelas 15 horas, na Livraria/Bar, Les Enfants Terribles, Rua Bulhão Pato nº 1, em Lisboa ( ao lado do Teatro Maria Matos, junto à Av. de Roma ).
Na capa do livro pode ler-se a seguinte frase de Maurício Maeterlinck:
" As almas pesam-se no silêncio, como em pura água se pesa o oiro e a prata; e as palavras que pronunciamos não têm outro sentido senão o que procede do silêncio em que imergem".
Na contra-capa, pode ler-se o seguinte poema meu:
É importante escutar o que dizem os pássaros,
a voz do mar,
os sentimentos do vento,
a sonata do luar,
o namoro das pedras com as águas,
a sinfonia dos canaviais,
o rumorejar dos pássaros
antes do anoitar dos bicos
debaixo dos sovacos das penas...
Tantas palavras que escrevo para dizer
que isto é mais importante
do que os pensamentos ardilosos
que te povoam a mente
e com os quais, se dizes que sentes
a sábia música do silêncio...
mentes! ...
.
Espero nesse dia pelos meus amigos, que possam estar presentes.

domingo, 2 de outubro de 2011

Destino

Regresso sempre ao colo do silêncio!
Não te sei explicar!
Sou como as águas do rio,
Que têm como destino o mar... -
In " Os caminhos do silêncio". Chiado Editora.
Apresentaçao em 5 de Novembro. Em Lisboa.
-
Foto minha