quinta-feira, 29 de julho de 2010

Nocturno de chopin ( variações )

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Foto Net
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Era esta nota, folha diáfana de choupo, arrepiando ao de leve a superfície das águas do rio, que ouvi sibilina na noite cálida de ontem, olhando a lua cheia e a estrela da manhã, já sabendo que o vento não, nem suão, as árvores paradas, como estátuas, noites do sul, do alentejo serrano, nem vivalma, nas portas e poiais, isso era antigamente: - O astro tá parado, compadre! -Parece que mexeram as folhas agora... Vozes nos caminhos perdidos do tempo... A folha. dizia eu. a nota. com voz de céu. de música, entenda-se. Nocturna. De Chopin. Fez falta ontem neste clima de escorpião, de lacrau, para quem não saiba. Doçura de piano. Vestidos de cetim. Lábios de moça com peitos de regaço. Abraços. Na noite cálida, Chopin fez falta. Ontem à noite. No deserto. Sem tâmaras. .
Mértola, noite de Julho.
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"O tempo nas palavras"
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Texto já publicado por Pedro Martins, em 25/7, em http://aditaeobalde.blogspot.com, agora com ligeiras alterações.

6 comentários:

JB disse...

Prosa deliciosa!

Gostei do seu cantinho.
Voltarei para ler com mais calma!

Parabéns pela forma como escreve!

Abraço

Paula Raposo disse...

Fiquei presa nas tuas palavras e li-as e reli-as...
Beijos.

Laurita disse...

Olá amigo Edu, amei demais as palavras que o amigo deixou no meu cantinho... não tenho o mesmo dom, mas ao meu jeito vou retribuir.

Perdi-me na sua noite cálida, senti, no meu rosto o brilho da lua cheia e naveguei na sua estrela da manhã. Porém, como as folhas não mexem, faço despontar uma suave brisa á qual evoco o seu nome. Não havia cetim, só chita mas os lábios das raparigas riam felizes dos abraços deixados pelo luar. Nas descamisadas, se ouviam os risos de quem nada tinha, mas afinal tinham tudo... Chopin, esse é eterno meu amigo. Deserta, fica a nossa alma, quando por breves momentos a solidão se abeira de nós. E quando nada existir, decerto por cá ficará um pouco do nosso sentir. Beijos com muito carinho meu amigo. Bom fim de semana

Anônimo disse...

Olá Poeta, falas de clima de escorpião e de lacrau, conheço bem
esse clima; já a "nossa" Florbela dizia:
Horas mortas...curvada aos pés do monte
a planície é um brasido....

Que diria então Al-Mu'tamid, ainda sem Chopin, quando o astro, nas noites cálidas, brilhava sobre a tua Mãrtulah?
Desejo-te uma semana cheia de belas palavras.
Àgua do Mar
1º.dia de Agosto/2010

CamilaSB disse...

Olá Eduardo...que lindas e poéticas palavras, plenas de sentimentos belos e doces...adorei! Obrigada pelo seu carinho e ternura...é um prazer ler tudo o que escreve. Beijinhos!

Unknown disse...

Bonito texto...
quente... de escorpião!
Numa noite cálida, ouvir chopin...hum!!!! num deserto...sozinha ou acompanhada... saboreando tâmaras! Olhar o horizonte e viajar no tempo... sentindo a brisa de estio dos mouros!

abraço