terça-feira, 17 de setembro de 2013

As vozes mais puras

As vozes mais puras
Os olhares mais claros
Os gestos livres e não pensados são sinceros
A dança do teu corpo igual à dança das folhas libertas das árvores
As palavras são de cristal
Orvalho na manhã
Que canto sublime e fresco se liberta do bico contente das aves
Águas primeiras irrompendo da terra 
e regressando ao regaço do ar
Assim eu regresso ao antes da manhã
Ao despertar das corolas das flores
E à tremura das pestanas 
Por causa dos afagos das brisas dos teus sonhos
Leitura serena dos nossos corpos 
Nas areias do sol posto à  beira do cântico das ondas
Aqui
Não existe já o ruído do mundo
nem o mundo do ruído
Aqui
É a porta de entrada para a essência
Quero eu dizer
para a existência....

Lisboa, Setembro
( depois de fechar a televisão, farto de todos os comentaristas )

2 comentários:

tb disse...

e o silêncio finalmente, com o distanciamento de tudo o que sendo não devia...
Tu és um poeta de mão cheia e eu tenho o privilégio de te ler em amizade. :)
Deixo um abraço em silêncio.

Parapeito disse...

lindo...pra alguma coisa "servem" os comentaristas :)
abraço e bendita existência.