Recantos

Recantos.
São meus encantos!
Brisas 
Doces chegadas e partidas.
Janelas amplas
Abertas
Escancaradas.
Mesas sempre postas 
Com pratos cheios
De beijos e de rosas!
Dados aos corações 
E aos olhos enamorados.
Sossegados...

Mértola, fim de Março.

Que tenham alma

Como sabem, amo as palavras,
Mas quero as palavras que tenham raizes,
Que tenham braços e mãos abertas,
Que tenham coração,
Principalmente que tenham alma.
As outras....não me interessam....
Por mais belas !

O teu respirar

Há palavras que soletro em silêncio,
uma delas é o teu respirar.

O poema e eu

O poema diz-me
Que não precisa de mais palavras !
Que está contente
Com as palavras que tem !
Eu digo apenas:
- Está bem !

Indelével e eterno

Meu ( nosso ) tempo sem tempo
não sentido tempo
indelével e eterno roçagar de vento...

ILIMITO-ME

ILIMITO-ME.........
Ao olhar .......
Para o azul profundo
Do mar........

Como se fossem noivas

Trato e cuido das palavras 
Como se fossem noivas.
Amo-as 
E respeito-as.

Lx,Março

Lx,Março.

Princípio das águas

As perguntas que faço nunca são
sobre a foz dos rios,
mas sobre o princípio das águas...

Assim quero o meu poema

Neblina indelével 
Que a beleza não revela
Mas que insinua como pérola:
- Assim quero o meu poema!

Mertola-Lisboa, 2 de março

Feliz

Para mim ser feliz é estar sereno.

Janeiro 2015