sexta-feira, 15 de julho de 2016

O MAR


Adoro o mar
O grande Poema
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Em todas as datas e lugares

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Irrompendo da Nascente


Olhando para o mar...
Lemhro-me sempre das águas
Irrompendo da Nascente....
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Eduardo Aleixo
( em todas as datas e lugares )

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Momento certo


Talvez aconteça que no momento certo
Estejas dormindo
Para a palavra certa
Nem palavra
Bastaria coisa mais leve
Roçagar de brisa
Inclinar de ombro
Afagar de saia
Suspensão na chegada da onda
No regaço da praia...
Momento certo
Em que bastaria a palavra certa. .
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Eduardo Aleixo
Maio de 2015

Este cante...

Restaurante a beira da estrada no coração do baixo-Alentejo. As raparigas que trazem a comida a falarem, com voz arrastada, cantante, ondulante,, todo o peso musical do som montado no pescoço da última silaba....Reconheceria este som, este cante, em qualquer parte do mundo
Cidadão do mundo.....!....Sou alentejano...
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Eduardo Aleixo
11 de Julho

sexta-feira, 8 de julho de 2016

CAMINHO


Caminho
No meu caminho
Alheado de pressões
Livre vou

Mas sempre acompanhado
Levo comigo muitos caminhos
E becos e muros ultrapassados
Sem tempo
E sem espaço determinado
Caminho
Respiro
Sereno
Alto
Leve
Grato
Vejo e sinto passar a brisa por dentro de mim
Peço ao sol energia nova que faça morrer a velha
E sou irmão dos pássaros e dos rios e das rosas
E absorvo a vitalidade das árvores e do poder grandioso das montanhas
Sei que outros seres existem na terra no ar nas águas e no fogo
E cumprimento-os
E caminho absolutamente só e como já disse sempre acompanhado...
O que procuro então e que me basta?
Sentir a luz vitoriosa do céu dentro de mim
E meus pés agradecidos grudados ao calor amoroso da terra
Contente
Por me se sentir filho feliz dela...
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( em todas as datas e lugares )

terça-feira, 5 de julho de 2016

Meu encanto



Meu encanto.
Foi.
Recanto.
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Brejenjas, junho de 2016

sábado, 2 de julho de 2016

Uma estória de vida de uma refugiada na Grécia relatada por RITA ALEIXO


Sempre a sorrir !
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Uma destas tardes, no campo de refugiados, conheci uma mulher mais velha, com os seus 60 e muitos anos. Com um sorriso aberto e terno, estava à porta da sua tenda e convidou-me para entrar e sentar-me para falarmos. Afinal, o tempo é tudo o que resta às pessoas, que aguardam na Grécia, enquanto o processo de asilo não avança... E assim foi, entrei e sentámo-nos. Ela está sozinha no campo, o que é algo particularmente difícil para quem é mulher, mas também para quem já é mais velho... Gostaria de partilhar convosco hoje um pouco da sua história tocante. Há muitas histórias, demasiadas, mas talvez por ela me fazer lembrar a minha mãe, escolhi a sua.
Ela contou-me ter nascido também num campo de refugiados na Síria, há muitos anos atrás, pois os seus pais fugiram da Palestina. Apesar disso, ela estudou, casou-se na Síria, teve 4 filhas e trabalhou ao longo da sua vida como professora. O seu marido, sírio, morreu ainda novo, o que fez com que tivesse passado por momento difíceis ao ter de criar sozinha as filhas de ambos. E disse-me, sorrindo: “ na vida temos que nos levantar sempre que caímos e prosseguir caminho...”
Entretanto… a guerra na Síria chegou há 5 anos, as suas filhas adultas, já casadas também, fugiram para a Europa, algumas estão na Alemanha, mas ela resolveu ficar. A Palestina (que nunca conheceu) e a Síria são os seus países, frisou, sempre com um sorriso. Contudo, uma bomba destruiu a sua casa e também ela foi obrigada a fugir. No perigoso percurso que a trouxe até aqui, teve que caminhar 4 dias para chegar à Turquia, teve que fugir aos polícias na fronteira turca, que atiram a matar, foi roubada pelos contrabandistas, que se aperceberam que estava sozinha e vulnerável, mas finalmente conseguiu entrar num pequeno barco de borracha atolado de gente rumo à Grécia. Nesse barco também ouviram tiros, mas felizmente conseguira, após horas no mar, chegar a uma das ilhas gregas! Ela teve sorte, sobreviveu, muitos ficam pelo caminho... No entanto, ela teve azar também, pois chegou quando as fronteiras na Rota dos Balcâs fecharam...Por isso não conseguiu prosseguir a viagem e ir ter com as suas filhas. Está à espera num campo de refugiados, na Grécia, sob condições climatéricas muito difíceis, e onde os recursos são escassos...
Ainda consigo ouvir a sua voz a dizer-me: “Eu nasci num campo de refugiados e aqui estou eu outra vez...Espero não morrer aqui.” Sempre a sorrir, e ainda com alguma esperança no futuro, estas pessoas merecem todo o meu profundo respeito.
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Rita Aleixo

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Sou o Novelo



Sou o Novelo.Tenho vinte e cinco anos. Nasci em Macau . O meu dono chinês atirou -me para a rua onde uma menina portuguesa chamada Rita me apanhou. Levou -me para casa. Eu parecia um monstro. Com um olho saido, enorme.Fui operado. Fiquei a ver dez por cento daquela vista. Esta família de portugueses acarinhou -me e agora que sou muito velhote venho aqui agradecer.

Eduardo Aleixo