Como as ondas do mar
os seres vêm e vão,
partem e regressam .
Nas encruzilhadas das águas da vida
cruzam-se.
Uma vezes afastam-se.
Outras aproximam-se
e sentem-se próximos
como se já se conhecessem !
Como se não houvesse longe nem perto
comunicam.
Diz-se que é durante a noite
que somos visitados
e visitamos
e viajamos
sem nada nos lembrarmos
quando a luz do sol
nos invade os quartos !
Percorremos caminhos misteriosos...
E sorrimos no sol ou na bruma dos dias
sem conhecermos a nascente dos sorrisos !
Nem sobre a dor sabemos
e muito menos dos tormentos
com que aprendemos
e crescemos !
( E assim passamos
e morremos...)
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Março de 2012
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Foto minha
14 comentários:
mas se assim é, fomos (somos) felizes.
um poema muito tranquilizador.
gostei muito.
beij
E só dessa forma damos, amamos e passamos...felizes!
Grata pela beleza do teu poema.
beijo
que bom seria se assim fosse morrer..de forma doce e serena como estas palavras...
(E assim passamos e morremos..)
Brisas doces para si bom Eduardo*
Eduardo, eu levaria este poema para a amizade : as pessoas que vêm, que vão, as que se cruzam como se já se conhecem desde sempre, enquanto outras fogem das nossas vidas...
E à noite, na nossa cama, no sono profundo...os sonhos...com lógica, sem lógica, os passados, os presentes, as alegrias, os sofrimentos...enfim...tudo o que de dia recalcámos...e que nos invade todos os dias...e morrendo num espaço onde não há longe nem distância...passamos a sobreviver e a conviver com esta a lógica da vida!
Desculpa fazer assim a minha apreciação a tão rico texto!
Beijo Nela
Manuela: interpretas sempre bem os meus poemas. Sim, tem a ver com as nossas relações. Um beijinho.
Olá amigo Edu, será que é preciso passarmos tantos tormentos para crescer? Acho que estou prestes a agarrar uma nuvem...o céu não...longe de mim tal ideia...(e assim passamos e morremos) plenamente de acordo. Adorei as suas palavras que são límpidas como água. Beijos com carinho
Durante a noite vagueamos....Por onde? Não sabemos nem lembramos. Por vezes fica uma réstea de lembrança.
Durante o dia cruzamos sentires reais que nos alimentam a alma.
Amizades que vão...Não tinham que ficar...Amizades que ficam, crescem , permanecem e não morrem...
Assim é a escalada da vida. E que belo podermos guardar em nós as verdadeiras amizades que são a luz da vida.
A suavidade e beleza aqui no que escreves
Com amizade
Bjgrande do Lago
É bom pensar que por vezes não há longe nem perto...! :)
Olá Eduardo,
Diria que foi um dos mais belos poemas que li teus, e se são bonitos recheados de riqueza ...
Mas este, calou-me... as palavras por si só não explicam o que senti... além de verídico, é sapiente!
Revela encontros e sorrisos... das travessias que fazemos, ao longo do ciclo... dos mistérios que tentamos desvendar... do amor, da amizade, da tranquilidade... da lição que todos nós deveremos aprender e compreender...
E muito mais haveria para conversar... mas deixo-te assim... deliciada com este poema que me calou...
um abraço
Eduardo amigo,
Importante:-(e que me esqueci de pronunciar no comentário em cima, mas que acredito)- no que refere o POEMA sobre o transcendente, misterioso, não palpável mas que é sentido pelas almas que partem e pelas que regressam.
É um ciclo metafísico que acontece entre os seres humanos: partem um dia daqui e, num outro além, voltam...com novas formas de crescimento e de outras vidas para viver, para darem continuidade ao GIRASSOL DA VIDA que não pára.
"Morremos e crescemos" é a verdadeira condição humana.
Abraço, Nela
É isso mesmo, Nela. Está implícito no poema. Beijos.
Bonito e profundo o modo como fala dos sorrisos que ao longo da vida nos visitam reunindo-se num imenso mar. Obrigada pela tranquilidade que nos transmite neste seu modo cristalino de escrever.
deixo meu sorriso :)
um beijo
Meu querido Eduardo
Somos apenas uma partícula entre chegadas e partidas, fica o sorriso do nosso olhar.
Beijinho com carinho
Sonhadora
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