( poema escrito antes da revolução de Abril....)
Dias cinzentos
De horas impassíveis...
Que relógio está parado
No país adormecido?
À beira-Tejo, eis o que sonho:
- Chegam bandos de homens justos!
Com eles vou
Irmanados
Gritando o sol nascer....
Ainda é noite!
( foto Net )
Sou quem procuro ser
e descobri que sou
e espera que seja.
Assim vou-me aproximando de mim.
E quando me afasto
não é a mim que tu vês
nem é comigo que falas!
Sou máscara
farsa
voz falsa
perdida
iludida
não lembrada
de si esquecida!
Lx, 24 de Outubro da 2013
Está frio e vento
E o céu cinzento
Lá fora e cá dentro
Mas não é do tempo!Eduardo Aleixo
Lx, 22 Outubro
Vou indo enleado no tempo,
Com sonhos, saudades e desejos da leveza do sem tempo!...
Como se fosse embalado pelo vento
Sou erva com bicos de pássaros e raízes aladas
No chão sagrado do agora...
Lx, 20 de Out. de 2013
Foto Net
Hoje vou entrar no bosque mais íntimo
Onde namoram os pássaros
E rebentam as cascas dos ovos
Nascentes das águas puras.
Olhos de camelo vassourando a lonjura do deserto...
Assim a gaivota grande de papo branco baloiça sobre as águas azuis e rasas e calmas do mar…
Solitária, livre e esbelta,
Eis que levanta brusca e briosamente voo
e segue o parceiro que a chama
No voo alucinante sobre as águas...
Lx, 2011
Agora que vejo a dança e ouço a música
Lembro-me estar certo
Quando falo das águas puras
Livres e leves como o teu corpo alado
Sorriso aberto
Longe dos ruídos e dos ecos
Mergulho nas águas limpas
Subo leve em direcção ao céu azul
E debaixo das árvores
Sinto a quente doçura da terra...
Lx, 2011
