Sótãos
Eram sótãos.
Há sempre sótãos.
Com coisas escondidas.
Até que as chaves caem aos teus pés
e, se estiveres atento,
com elas abres as portas fechadas
e ficas boquiaberto
ao ver lá dentro
bocados de ti,
esquecidos,
não lembrados,
como que não sabidos,
ali,
abandonados,
não vividos!...
Ficas surpreendido,
e ganhas, de súbito, uma nova consciência,
abraças-te a ti mesmo
no abraço das partes que te abraçam
e que a ti regressam
como filhos resgatados!...
( Foto Net )
2 comentários:
O que temos guardado nos recantos da memória é sempre importante por fazer parte da vida que vivemos... Gostei muito do poema.
Um beijo, meu amigo.
todos nós guardamos historias e segredos nos velhos e empoeirados sotãos.
Gosto gosto deste poema,
abraço**
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