Tudo se transforma num deserto
As casas com os postigos fechados
Debaixo do sol escaldante
Nem um rosto
Nem um ruído
É um momento de abandono
De solidão
Em que todas as pontes ruiram
E nem um vulto na distância
Na paisagem calada...
Estes momentos são aqueles
Em que nos medimos com o silêncio
Cujo rosto
Já não encontramos disponível!
Resta-nos ali ficar à espera
No vazio
Com saudades da sua voz...
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Lx, Junho 2010
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"Os caminhos do silêncio"
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Foto Net
12 comentários:
Meu querido Eduardo
O teu poema me levou de volta ás origens.~
Lindo poema de sentires sentidos.
Beijinhos
Sonhadora
a saudade no silêncio das palavras!
muito cá de dentroooooooo
fica bem, amigo
beijinhos
a saudade no poema.
muito sentido.
um beij
É o «deserto»
que se faz acompanhar
da «solidão»...
dos «rostos» diluídos
no tempo.
Resta o embaraço...
e sente-se a «saudade»
da «voz» e dos «vultos»
de outros tempos.
Eduardo...parabéns pelo sublime poema, muito belo nas palavras e no sentir! Muuuuuuuuuito obrigada
pelas gratas palavras, amigo poeta!
Um abraço!
EDUARDO ALEIXO: este seu poema chamou-me a atenção para a desertificação do nosso país, onde estão só os velhinhos, na soleira da porta, sentados, como que à espera da hora...Os novos vão-se...à procura de condições de vida, que o país nunca mais terá...
BEiJO de
LUSIBERO
"Nem um rosto
Nem um ruído
É um momento de abandono
De solidão"
Ao nos mergulharmos nesse silêncio, sente-se uma harmonia tão profunda, que se sente mesmo saudades de uma voz.
Lindíssimo poema.
Lumena
Tão verdade, Eduardo! Gostei imenso do teu poema.
Beijinhos.
Vazio, ausência de vozes, silêncio, solidão - tudo aquilo que quero mudar em mim! Chega de "paragem do cérebro", 100 anos de solidão - já chega!
Temos que comer sardinhas, caldo verde e vinho verde ou maduro, até amadurecermos o suficiente para soltar a energia que nos sufoca. E com a pinga até vamos lá...é divertido rirmo-nos dos outros e de nós próprios, fantástico, juro!
Abraço
Eduardo, o teu silêncio está habitado por ausências, solidão e mágoa. Um poema muito melancólico mas muito belo.
Um beijo.
Olá Amigo Eduardo, deixa-me dizer-te usando o Eugénio de Almeida, como é tão bonito o teu poema (como todos).
O Silêncio
Quando a ternura parece já do seu ofício fatigada,
e o sono, a mais incerta barca, inda demora,
quando azuis irrompem os teus olhos
e procuram nos meus navegação segura,
é que te falo das palavras desamparadas e desertas,
pelo silêncio fascinadas.
in "Obscuro domínio".
2010/06/18
Na saudade quem espera, desespera...
e fica em silêncio de quimera!
Um vulto diz-nos tanto
no meio desse entretanto...
Eduardo, é lindo e nostálgico o teu "deserto"
Bom fim-de-semana
beijo
Eduardo,
Saudades...
Há num canto de nós próprios saudades, solidão...vazio!
Quando leio e releio este poema lembro-me do Alentejo e da vida dura do seu povo...
No último verso... quando termino de ler... páro e quando dou por mim... sinto saudades do meu passado... dos locais por onde passei, das vozes que ouvi, das línguas que escutei...
Para mim, o último verso é sem dúvida o mais forte, do poema... o que mais me prende... e com ele digo:estranhamente melancólico... mas docemente belo! Este teu poema...
Abraço amigo...
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