As vozes das almas calam-se face à inundação alienada dos ecos que ressaltam sobre as montanhas da pele. O ruído que provocam faz cair as brumas sobre o anúncio de todos os sentimentos verdadeiros.
Há que partir da voz original e que ela não se perca.
Só ela fala das águas puras do interior das rochas e deixa ver o essencial do mundo.
É demasiado o ruído e este faz tremer as pontes entre as águas soltas e as que correm transparentes no ventre secreto da terra.
Por isso fujo dos ecos prevelacentes sobre os poros das encostas da pedra.
Prefiro a voz pura, tosca, mas original, que se eleva na madrugada como as névoas na superfície das águas quando o sol desce no vale e vai no bico das cegonhas dizer o que a alma diz sem outra pretensão que não seja :
- estou aqui, só, debaixo do céu, mas acompanhado por todo o amor do mundo!
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Lx, 27/8/2010
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" Os caminhos do silêncio "
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Foto minha- Mértola, Agosto 2010
16 comentários:
só pelo titulo que é o mesmo do que um dos meus livros fiquei logo curiosa para ler o texto.
depois de o ler, fiquei com a seguinte impressão.
todo ele é paz.
gostei.
uma boa semana!
e o que as cegonhas pensam e dizem!
beijinhos
Que harmonia, palavras/imagem...
Beijinho, Eduardo*
Lindo amigo Edu, Belo e harmonioso como só o amigo sabe escrever. Saí
com a alma tranquila. Beijos com carinho
Eduardo,
Que bonita a prosa que aqui nos apresentas hoje... poeticamente bela, deliciosamente bem escrita! Imagens bonitas perfeitamente comparadas com a natureza...
Ao ler esta prosa poética transportei-me para o pôr do sol docemente silencioso e as suas cores adocicadas que no horizonte transmitem um misto de emoções ao contemplar este fenómeno...
bj poético
Belo texto! E a finalizar bela frase!
A foto é excelente!
Quem me dera que tudo isto que ransmitimos nos blogues não fosse em vão!
Que passe sempre a mensagem, oxalá!
Nela
Cheguei aqui e parei para absorver esta excelente prosa poética que floresce entre uma paisagem calma e um olhar de poeta.
L.B.
Meu querido Eduardo
Adorei o texto, muito profundo.
- estou aqui, só, debaixo do céu, mas acompanhado por todo o amor do mundo!
Maravilhoso.
Estou a receber os amigos, faz um ano o meu Blog.E tu és um deles.
deixo beijinhos
Sonhadora
Olá Amigo, tenho andado por aí, longe das tecnologias modernas,voltei hoje e que bela foto e palavras encontrei!Como agradecimento mando um pedacinho dum poema do Alberto Caeiro:
.....Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
e para onde vai, e donde vem
e por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
...........................
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
"Acompanhado por todo o amor do mundo"
Que o A Caeiro me desculpe, mas acrescentei às palavras dele a tua última frase.
Um abraço da Água do Mar
Meu amigo Eduardo, adorei este texto com tudo o que ele transmite a quem ama o silêncio e os rumores da natureza.
Um beijo.
Os caminhos do silêncio são sempre valores belos de introspecção.
Gostei deste texto. Transmite paz e muita calma.
E o estar só debaixo do céu é abraçar o mundo.
Bela a foto
bjgrande do Lago
Uma foto baptizada por ti
com um perfume de eco
que parece ouvir-se aqui...
cheio, intenso...
como a ternura do carinho
que trazes com o calor
que é o teu mundo interior!
A solidão pode ser doce multidão
se nela existir um coração!
Muito bonito, Eduardo!
Beijos para ti
A voz pura dos rios
como a que nos mostra!
forte abraço
A prosa é linda.
As almas e os ecos se encontram num sentimento que trás toda a essência pura, e na penumbra o calor emana o teu mundo interior.
Abraços,
Lumena
Que bom que era se todos vissemos o essencial do mundo... então por certo estariamos serenos (sem stress) "debaixo do céu acompanhados por todo o amor do mundo"
Bjs.
Laide
Obrigada, Eduardo.
Bom domingo para ti também.
Beijinho*
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