Só os cerros recortados contra o céu
Parecem os mesmos da minha infância!
Já as águas do rio, no vale, não são transparentes como eram.
Há peixes que desapareceram
E não sobem nas águas de Março.
Nos postigos fechados da vila antiga,
Alcandorada na encosta íngreme,
Assoma o rosto do silêncio.
O que vejo, mas não conheço,
São os filhos e netos da minha geração de amigos,
Alguns já mortos.
O que significa que o tempo foi correndo,
A poluição conspurcou as águas
E fui envelhecendo.
Hoje, sou um estrangeiro no cenário em que fui como actor
Um sonhador dinâmico,
Mas onde sinto que só as raízes das árvores escutam o meu canto!
Olho para elas com outros olhos
E compreendo melhor o significado das raízes!
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In " As palavras são de água "
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Foto minha
6 comentários:
Amigo Eduardo. Cada dia somos mais as velhas raízes,não só as árvores morrem de dor,como os rios e tudo onde a maldade do(homem)passa e estraga.Temos um rio por aqui que noutros tempos as trutas eram tantas,quando no estio do verão se apanhava à mão.
Beijinho fica bem
Meu querido Eduardo
As coisas mudam...ou nós mudamos, quando voltamos aos lugares da nossa infância...talvez apenas os cheiros as recordações que vivem dentro de nós se mantenham.
Deixo um beijinho
Sonhadora
Uma imensa nostalgia nas tuas palavras.
Afinal ali estão as raízes, mas só elas prevalecem e vingaram ao longo dos anos que o tempo foi abarcando.
Resta a saudade e a lembrança de outros tempos.
Bom fim de semana
bjgrande do Lago
Quando olho para trás, sinto nostalgia, nostalgia de um tempo que vivi, e, que está já tão longe...mas que é nesse tempo, que eu tenho as minhas raízes...boas ou más, elas lá estão, num passado que nem sempre gosto de rememoriar.
Outras vezes sim. Deleito-me a pensar quem me criou, quem me deu todo o amor, quem aceitou pôr-me neste mundo...e as raízes, que são os meus já idos, fazem-se sempre patentear, como a dizer...não te esqueças que tens que saber de onde vieste, e, que por conseguinte, és hoje, o somatório daquilo que te fizemos ser, para melhor desenvolveres a mudança que o amanhã requer.
Honro as minhas raízes. São elas o embrião de uma pessoa em mutação constante...que assim sou eu!
Beijinhos Nela
Meu poeta, se a memória não me atraiçoa, este foi o primeiro poema que comentei aqui, à beirinha desta água!
Vim, timidamente, navegando nas águas mansas deste rio, que é nosso e em boa hora o fiz,pois aqui continuamos...amigo!
Beijo
Sem dúvida Eduardo. Eu gosto muito deste teu poema.
Beijos.
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