Em criança indo para a escola
Numa manhã qualquer
A pensar que podia mudar a posição
Das galinhas e dos pintainhos todos juntinhos
Comendo os farelos colocados num prato de barro na rua por onde passava...
Lembro-me da alegria de passar
Junto das galinhas e dos pintainhos
e de pegar pelos rabos das galinhas
Uma em cada mão
E de levá-las comigo
Cocorococó...cocorococó...
Que barulho de asas e de penas
E eu sentindo que era alguém
Importante
Tinha mudado a realidade
Tinha criado outro cenário
Tudo de facto mudou
A dona das galinhas saiu esbaforida de casa
Gritou
Malandro
Sem educação
Hei-de dizer à tua mãe
Velhaco
É isso que te ensinam na escola?!
E eu com medo...
Fui aprendendo o medo...
Percebi também a razão da dona das galinhas...
Mas a minha razão era a minha razão
E era mais forte do que eu!
Sabia que ela iria fazer queixas à minha mãe:
« Vizinha, veja bem o seu filho,
Não leve a mal,
Mas que mal lhe fazem as galinhas?! »
Tantas sovas levei por causa das galinhas!...
Tantas vezes ouvi que era maluco
Por causa de pegar nas galinhas pelo rabo!
E nunca ninguém percebeu
A felicidade que havia em mim
Só por alterar o cenário da rua por onde passava
Puxando o rabo das galinhas!...
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As palavras no tempo...
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Lx, Maio/2010
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Foto Google
16 comentários:
Aí seu grande malandreco!... isso faz-se?... fazia-se... bem já me ri por causa das galinhas. O meu pai contava, que um dia, em grupo arrancaram o rabo a um carneiro, para fazerem a pega de cernelha. Levaram uma sova cada um. Ele recordava isso com tanta satisfação... adorei as suas traquinices em poema. Beijos amigo e boa semaninha.
Grande malandro!, pois eu pintava a crista e as unhas das galinhas, quando ia passar férias com os meus avós, abençoadas férias..., não as trocava por viagem nenhuma!
Bjs.
Laide
Só se perderam as que caíram no chão! Ahahahahah...
Engraçado este episódio da infância... é bom regressarmos ao passado!
abraço
P.S. Que rica peça!
Belas e divertidas recordações.
Venho pouco á Internet mas passo sempre pela tua rua... mas já não vejo as galinhas.
Um beijo,
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...ahahahahaha! Pois é, meu amigo, para os adultos, é muito difícil entender a criança e seus desejos "malucos". O que importa é que a recordação dentro de você é muito positiva!
Adorei ler a sua narrativa em forma poética...
Beijos de luz e o meu carinho!!!
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Eduardo
Voltei novamente á infância, com este belo poema.
Beijinhos
Sonhadora
Imagino as desgraças que causavas ao longo da rua...Ainda por cima sendo um incompreendido
ehehheehhe
bjito da gota
Obrigada por me lembrar passagens belas e divertidas.
A infância é linda de se reviver! Seja a puxar pelos rabos das galinhas, dos porcos, dos gatos, dos cães, enfim...e acordar ao som do c´cócórócó...
Foi passado e quem dera venha ainda a ser presente, um dia destes...e voltarmos todos às raízes. Quem dera!
Abraço Nela
Já vi e revi a foto...as malandrices da infância...de uma alegria contagiante! Que bom guardar recordações tão pueris! e que bonita é a sua forma de as descrever!Parabéns e obrigada pela alegria. BJS
que delícia.
a foto tão expressiva e tão condizente com o poema.
parabéns!
beij
Um excelente poema em que se volta à infância... Estou a imaginar a cena e o prazer que que essa brincadeira proporcionava, amigo Eduardo.
Um beijo.
Amigo Eduardo.Que bom recordar,e vejo que era traquina,mas feliz.Sabe eu um dia peguei numa galinha e metia no tanque de lavar a roupa,e falava para ela dar ...vai dar banho!Olhe matei a galinha,e levei com o chinelo.
Gostei de recordar e faz também a alma,hoje só na aldeia elas abudam pelas ladeiras.
Beijo e bfs Lisa
OLA EDUARDO, MARAVILHOSO POEMA...COM UMA LINDA IMAGEM...QUE ME TRAS BELAS RECORDACOES DA MINHA INFANCIA...QUE TENHA UMA BOA NOITE AMIGO!!!
BEIJOS DE AMIZADE,
SUSY
Copiei teu poema com a imagem das galinhas e postei no meu blog, colocando a autoria e o teu blog também.
Venha conferir.
abraços
Nos idos de 60 ou 70, a televisão passava um anúncio em que alguém gritava "Oh, Pedro, deixa a galinha". Pelo que contas, seria mais adequado que reproduzissem o mertolense grito "Oh, Eduardo, deixa a galinha".
Olha, quando puderes, vê lá se arranjas uma aplicação 'enformática' compatível com a banda larga alentejana e que me permita fazer comentários sem ter de esperar 10 minutos.
Um abraço,
PM
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