segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Como se fosse um sem abrigo!
sábado, 27 de novembro de 2010
O voo da águia
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Ao entrares no Templo do Amor
sábado, 13 de novembro de 2010
Aos amigos verdadeiros
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
2 poemas de Isabel Mendes Ferreira
( Foto minha - águas d0 Guadiana em Mértola)
1.
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de água. de muita água. preciso. para improvisar outra ardósia sem estilhaços nem balas nem punhais. onde inscrever outra terra. e ser de novo licor e musgo. insidioso o caminho para a montanha. infiel luar e resgatar falsos poderes. de água. de toda a água. preciso. para cuspir a saliva de um cavalo moribundo. três tiros bastam. para te salvar. frenética criatura d0 sótão da agonia. -------------------- país errante.
sobre a mesa deixo o registo. álgido. em ruínas. errância da água.
( Foto de Lucília Ramos - águas de Vilarinho - http://lucy-natureza.blogspot.com )
sim. como Caeiro. " a única coisa que fazia por si era andar pelos caminhos do mundo, para que os outros, e a chuva e o sol e o vento, lhe dessem encontrões"
-
assim deambulamos desprendidos e dissolutos sobre as escamas.
arranhando a trágica elipse do tédio. preciso de toda a água. para ser faina de cal.e foice---------------------------------------------------------
-
----------- e assim legendo um nome . que à mercê das águas é memória.
aguda e opulenta. as coisas vivas primitivas e ardentes irrompem. fulvas de sabedoria.
e
porque a evidência é o contrário do sentimento
des.sinto este país.
em evidente falência. nua. ---------------------- sentida na pele.
-
incompetente círculo. rigoroso destino que hiberna. cansado branco
e cego
vertiginosamente traído.
-
as coisas vivas primitivas e ardentes -------------- ardem. e resistem.
-
e se o " corpo do eu " é entidade que pensa ---------------- que pensa este
país?
imperial curva que se curva à roda dos nulos.
-
2.
-
( Foto Net ) aloendro
talvez esmague buganvílias e cerre as pálpebras. talvez encha de
amoras o seio da tarde e finja ser pirata nas tuas mãos. talvez.
-
talvez volte de azul ou de noite ou de branco. talvez de abismo
líquido e profundo no retorno das giestas sem flor e dos vales oblí-
quos. talvez dos cheiros da montanha a cavalgar a face oculta da lua
e das areias. talvez a respiração ampla e gráfica das tuas mãos nos
meus ombros.
modulação sensível da neve e das fontes. os teus olhos. talvez volte.
talvez venha de aloendro.
- Isabel Mendes Ferreira, in " As Lágrimas Estão Todas na Garganta do Mar "