segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cavalgando as sílabas do silêncio

(Foto de Maria Augusta Aleixo)
Preciso do tempo para o meu tempo como se não tivesse ( houvesse ) tempo. Único espaço onde respiro e me sinto livre. Nem preciso de espelho para me ver o rosto que tenho e ser a respiração que respiro. Pode existir ruído, mas só o silêncio se ouve. Catedral de espaço ilimitado. Autenticidade cinzelada a sulco de lâmina no jade mais profundo e puro. Arco luminescente giza o discurso língua vibrante entre o céu e a terra, entre as águas e o fogo, entre a vida e a morte. No céu desta boca de lume me vejo e falo e me atasco leve e me voo semente na terra amada e sulco as águas bote por janelas de vagas onde assomo as corolas ronronantes do mistério. No centro desta boca ventre sou eterna criança não nascida com memórias sem palavras e receios de esquecimentos de um tempo ainda por nascer! Mas tudo decifro cavalgando as sílabas do silêncio que enche como almas velhas ondulantes o espaço sem tempo da catedral sem nomes, diluídos nos altares do amor pleno.
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" Os caminhos do silêncio"

17 comentários:

fatima.medeiros disse...

Fiquei comovida com tanta beleza!
Parabéns.
Um beijinho
Fátima

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Eduardo

No centro desta boca ventre sou eterna criança não nascida com memórias sem palavras e receios de esquecimentos de um tempo ainda por nascer!

Simplesmente maravilhoso o teu texto...somos o tempo por inventar.

Beijinhos
Sonhadora

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

belissimo texto, onde impera o cuidadodo autor que escreveu frases com inegavel beleza.

cavalgando as silabas do silencio...

muito belo.

tambem gostei da foto.

um beij

Anônimo disse...

You really are a very smart person!

Baila sem peso disse...

Fiquei deliciada com a cavalgada!
Um silêncio no tempo, cheio de amor
em cada palavra desenhada!

Muito lindo, Eduardo
Beijinho com carinho

Graça Pires disse...

"Só o silêncio se ouve"
Muito belo este texto poético onde numa boca de lume se é criança com memórias ainda por nascer.
Um grande beijo, Eduardo.

Paula Raposo disse...

Maravilha de palavras! Cavalgando. Gostei imenso. beijos.

rosa-branca disse...

Entrei e ousei cavalgar nas silabas do silêncio. Encontrei almas velhas ondulantes, mas esquecidas de mim. Saio deliciada e como não sei se preciso de tempo, vou sem promessa, pois posso ter uma volta não tardia. Adorei meu amigo assim como a linda foto. Parabéns aos dois. Beijos com carinho

JB disse...

Cavalgando as sílabas do silêncio, caminho nas palavras da voa para ascender ao voo livre da alma...

Bela prosa poética!!!
Que cheirinho de céu e mar, em correria de criança que tanto me apetece alcançar!

Abraço!

Baila sem peso disse...

hoje aqui no teu espacinho
para desejar bom fim-de-semana
junto com beijinho

Maria Ribeiro disse...

EDUARDO: poesia em prosa= PROSA POÉTIcA! Texto pleno de sentimentalidade, de VERDADE poética!Não é nunca velha a ALMA que VIVE pensando ASSIM! PENA é que TEMPO, inexoravelmente, vá engolindo a "nossa " catedral, nós próprios...
ADOREI ESTE TEXTO!
beijos da
Mª ELISA

tulipa disse...

Só hoje pude voltar a fazer um post, mas tive que fazer de uma forma como "NUNCA antes tinha feito"...
isso originou que eu não posso escolher o tipo de letra, justificar o texto,
escolher a cor da letra, enfim...
um sem número de diferenças que não me agradam, de todo.

Quem sabe, não será este o ponto de partida para eu "desistir" da blogosfera...

Peço desculpa a quem me visita, se a aparência do post não for a mais aceitável, mas...muito sinceramente, não consigo fazer melhor.

Bom fim de semana.
Abraços outonais.

tulipa disse...

ADOREI O TEXTO.

PARABÉNS PELO TALENTO.

JB disse...

Claro que não me importo que vás buscar a música, eu também a retirei do Youtube.

Obrigada pelo teu belíssimo comentário.

Beijinho

Unknown disse...

Olá Eduardo,
Um belo texto poético ilustrado por uma bela foto... o mar, sempre o mar, ai! Como adoro o mar! Aliás sou o mar, sou peixes!:-)
São estas palavras em silêncios, em riquezas, em experiências vivenciadas... em vida! O tempo sem tempo que nós todos necessitamos para respirar... para nos calarmos ao mundo, às preocupações, ao rebuliço da vida, quem sabe!?
Mas estas sílabas de silêncio elevam-se ao mais alto ser... ao mais alto patamar...o pleno!

Abraço amigo

Anônimo disse...

O tempo... Nós somos tempo, sem se autocontrolar, escorremos do tempo, ele nos pare, nos despreza, nos abandona, mas sempre escravizando-nos, matando-nos. E não conseguimos emancipar-nos dele, fazer-lhe alto. Nele teremos cemitério um dia. Entretanto viveremos migalhas de paz em silêncios, isolamentos, meditações, ou até em efémeros amores, mesmo que por entre a sociedade, que, parecendo abrigar-nos e dar-nos esperança, é muitas vezes algo parecida com o tempo...

Péri

Arnoldo Pimentel disse...

Muito bom seu texto, passei pra conhecer seu blog e gostei muito, já sigo.Parabéns

http://umcoracaoqueama.blogspot.com