terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Até ao Novo Ano
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Que o novo ano seja NOVO!
sábado, 26 de dezembro de 2009
Falo da semente da fala
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
NATAL
sábado, 19 de dezembro de 2009
Poema de Natal
Natal de quem?
-
Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do perú, das rabanadas.
-
- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!
-
- Está bem, eu sei!
-
- E as garrafas de vinho?
-
- Já vão a caminho!
-
- Oh, mãe, estou pra ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?
-
- Não sei, não sei...
-
Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz.
Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!
-
Algures esquecido
Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
-
Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
-
O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem-estar no coração.
A noite vai terminar.
E o Menino, quase a chorar:
- Então e Eu,
Toda a gente me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive tecto nem afecto!
-
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!!!
-
Poema de João Coelho dos Santos, in: " Lágrima do Mar - 1996 - O mais belo poema de Natal
-
O poema foi-me enviado pela minha querida amiga, Frutuosa dos Santos, a quem agradeço.
-
As fotos são do Google.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Bote confiante no mar misterioso...
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
A poesia de Isabel Mendes Ferreira ao som imaginado das teclas do seu ...PIANO (1)
------------------ pediste-me uma asa. dei
o coração. fora de qualquer tempo
ou temática sem enredos nem
poços nem geografias digitais. apenas
o fermento dos dias submersos, indissonantes
e caminheiros, uma
terra e um céu, duas asas e toda
a sementeira. e mesmo que as ervas
nos sejam avessas nada
muda, ungir a corrente dos dias
é o que faço, em silêncio, que te
solto no amargo e no doce, como
o mais intemporal dos fermentos.
-
vegetal e aéreo este dezembro de asa, osso e coração.
---------
2. momentos de pluma------------e de lume
momento errático
-
----------- é neste momento sem hora explícita que me faço transição, de nenhum lugar
para nenhum outro. apenas fogo e jogo. jogo de desencontros singulares. solidão do
"ante-mundo" sem marés nem luas nem vales. nem estepes. esfera. espera. in.rolante
espaço desimportante de onde me transito----------- eremita das horas. simbiose das mãos
descritivas e extremas, um momento branco. intransitável. irrisório e convexo. não me
digas que estou ilegível, sou. estampa aguda de heresias. uma carta sem rodeios nem
apelos. incerto o instante que desacerto neste aperto. alquímico. a realidade tem o
preço gasto. consumido pelo excesso. excesso-me rente ao chão. lá fora só existe tempo.
e cego. cego este tempo. não me entendes.
dizes. nem
eu ------------este dezembro é um fio. intermitente. extinto coral onde me sou vulto.
re.fragmento-me
-
Isabel Mendes Ferreira
( Fotos tiradas em S. Tomé e Príncipe )
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(1) http://mendesferreira.blogspot.com