Amigos cento e dez e talvez mais,
Eu já contei! vaidades que eu sentia!
Pensei que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.
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Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
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Um dia adoeci profundamente,
Ceguei.Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.
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Que vamos nós ( diziam ) lá fazer,
Se ele está cego, não nos pode ver...
Que cento e nove impávidos marotos.
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Camilo Castelo Branco
14 comentários:
Eduardo:
Realista e actualizado soneto de Camilo a mostrar, como infelizmente sabemos, que os amigos, nas horas más, se evaporam, por uma ou por outra razão, geralmente lamentável.
Bom soneto, sem dúvida. Fizeste bem em inseri-lo.
Um abraço.
Mírtilo
Meu querido eduardo
Lindo poema de Camilo...adorei ler.
Beijinhos
há amigos marotos...
quase "encontrei" uma pessoa, tinha muitos amigos, dinheiro...carro, passeios e folias, depois, acho que se foram perdendo esses amigos...
quase morreu sozinho!
beijinhos
Muito bem observado!!
Beijos.
Sem papas na língua, sempre, o Camilo!
Um abraço carnavaleiro.
Olá!
Um sublime poema bem actualizado na nossa sociedade!
abraço
A herança de Camilo, afinal pouco mudou...
Um beijo
Chris
Lindo texto amigo.....Parabéns!
BOM FDS......Amor & Paz!
M@ria
Como folgo de vos ver aqui!
Dois poetas... dois amigos!
Gratíssima.
(os outros mais de cem impávidos marotos hão-de chegar, a seu tempo...)
oii! vim te fazer uma visita e aproveito pra conhecer seu espaço né... xD
hum, continue postando ok...
estarei por aqui acompanhando...
amigos, amigos... o que importa não é a qtde... certamente... valorizo aqueles que me prezam sem interesse... de amizades assim o mundo deveria ser feito.
beijinhos
Olá Eduardo
Começo por te agradecer a partilha de tão belo soneto de Camilo, pelo que é de tão realista e actualizado aos tempos em que vivemos.
Todos nós infelizmente sabemos, que os amigos, nas horas más, se evaporam, por uma ou por outra razão, geralmente lamentável.
Só que...muitos não o querem admitir!
Tenho andado um pouco mais ausente do que o costume, revezes da vida!!!
Em breve mostrarei as fotos sobre alguns minutos de namoro que mantive com o Oceano na zona de Peniche, foi mágico!!!
Beijokas. Tulipa
Bom Carnaval.
Enquanto o mundo fôr mundo há-de ser assim, porquê? não sei!
Mas há uma outra realidade que é preciso não esquecer; aquela do fecha-se uma porta e abrem-se sete janelas.
Quantas vezes a ajuda de um amigo não vem, como esperávamos, e de repente por acaso (não há acasos) aparece-nos uma pessoa que quase não conhecemos e que sem esperarmos nos dá a mão.
Mas tu tens amigos, lembra...
Bjs.
Laide
OLA EDUARDO, BELISSIMO POEMA...LINDA ESCOLHA...ADOREI...QUE TENHA UMA EXCELENTE SEMANA AMIGO!!!
BEIJOS DE AMIZADE,
SUSY
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