domingo, 14 de fevereiro de 2010

OS MEUS AMIGOS

Amigos cento e dez e talvez mais,
Eu já contei! vaidades que eu sentia!
Pensei que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.
-
Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
-
Um dia adoeci profundamente,
Ceguei.Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.
-
Que vamos nós ( diziam ) lá fazer,
Se ele está cego, não nos pode ver...
Que cento e nove impávidos marotos.
-
Camilo Castelo Branco
( Parceria com o blogue http://noitesdeinsonias.blogspot.com )

14 comentários:

Mírtilo MR disse...

Eduardo:

Realista e actualizado soneto de Camilo a mostrar, como infelizmente sabemos, que os amigos, nas horas más, se evaporam, por uma ou por outra razão, geralmente lamentável.
Bom soneto, sem dúvida. Fizeste bem em inseri-lo.

Um abraço.
Mírtilo

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido eduardo
Lindo poema de Camilo...adorei ler.

Beijinhos

gaivota disse...

há amigos marotos...
quase "encontrei" uma pessoa, tinha muitos amigos, dinheiro...carro, passeios e folias, depois, acho que se foram perdendo esses amigos...
quase morreu sozinho!
beijinhos

Paula Raposo disse...

Muito bem observado!!
Beijos.

vieira calado disse...

Sem papas na língua, sempre, o Camilo!

Um abraço carnavaleiro.

Unknown disse...

Olá!
Um sublime poema bem actualizado na nossa sociedade!

abraço

Cristina Fernandes disse...

A herança de Camilo, afinal pouco mudou...
Um beijo
Chris

Anônimo disse...

Lindo texto amigo.....Parabéns!

BOM FDS......Amor & Paz!

M@ria

Lucília Benvinda disse...

Como folgo de vos ver aqui!
Dois poetas... dois amigos!

Gratíssima.

(os outros mais de cem impávidos marotos hão-de chegar, a seu tempo...)

Lucília Benvinda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniela disse...

oii! vim te fazer uma visita e aproveito pra conhecer seu espaço né... xD
hum, continue postando ok...
estarei por aqui acompanhando...
amigos, amigos... o que importa não é a qtde... certamente... valorizo aqueles que me prezam sem interesse... de amizades assim o mundo deveria ser feito.
beijinhos

tulipa disse...

Olá Eduardo

Começo por te agradecer a partilha de tão belo soneto de Camilo, pelo que é de tão realista e actualizado aos tempos em que vivemos.

Todos nós infelizmente sabemos, que os amigos, nas horas más, se evaporam, por uma ou por outra razão, geralmente lamentável.
Só que...muitos não o querem admitir!

Tenho andado um pouco mais ausente do que o costume, revezes da vida!!!

Em breve mostrarei as fotos sobre alguns minutos de namoro que mantive com o Oceano na zona de Peniche, foi mágico!!!

Beijokas. Tulipa

Bom Carnaval.

Anônimo disse...

Enquanto o mundo fôr mundo há-de ser assim, porquê? não sei!
Mas há uma outra realidade que é preciso não esquecer; aquela do fecha-se uma porta e abrem-se sete janelas.
Quantas vezes a ajuda de um amigo não vem, como esperávamos, e de repente por acaso (não há acasos) aparece-nos uma pessoa que quase não conhecemos e que sem esperarmos nos dá a mão.
Mas tu tens amigos, lembra...
Bjs.
Laide

FOTOS-SUSY disse...

OLA EDUARDO, BELISSIMO POEMA...LINDA ESCOLHA...ADOREI...QUE TENHA UMA EXCELENTE SEMANA AMIGO!!!
BEIJOS DE AMIZADE,


SUSY