Havia um velho de barbas brancas
Que vivia numa cabana
À beira de um ribeiro
Debaixo de um eucalipto.
Como eu gostava dele,
Da sua voz calma,
Do seu olhar sereno,
Do seu sorriso claro!
Passaram muitos anos...
O ribeiro já não existe: foi atolado.
O eucalipto já não existe: foi abatido.
Só o velho de barbas brancas
Permanece vivo
Dentro do meu coração!
( Os caminhos do silêncio...)
28 comentários:
Um texto que faz pensar.....Como tudo neste mundo sofre transformação.
Tantas coisas que desaparecem , mas tantas que ficam gravadas na memória para sempre.
Um jito
lindoooooooooooo
tanto o poema como o quadro, essa cabana à beira rio...
beijinhos
Gotinha
Este velho, a sua serenidade, foi o que ficou. E as águas... Ficou, cá dentro, claro.
Gaivota
A cabana é simples, mas rica de tudo o que o vento sabe...
Quantos mais permacem assim nas águas que jorram de dentro de nós.Que a calma e a serenidade continue por aí.Abraço amigo
Olá Eduardo,
As barbas salpicadas de sal em pó… á beira do ribeiro extinto de água extinta… doce lembrança…
Imenso beijinho
Salomé
A minha criança já falou com a tua, no teu blogue. Sabiamente, claro, como elas sabem.
Fa
De salpicos tantos doridos nos caminhos da vida salvou-se o sal em pó do velho sábio e a dolente canção das águas que lembram as outras que ficaram atoladas...E isto é melancolicamente doce...
Desaparece tudo menos os sentidos ou o sentido que lhe damos...
Abraço, Eduardo
Mariabesuga
Já rabisquei qualquer coisa - não me lembro bem, tão embalado estava - no seu blogue. Boa noite.
Na natureza tudo se cumpre
e incumpre a mão do Homem
na ânsia do progresso
desbotado retrocesso
e em nós, silenciosamente fica
um coração cheio...!
à beirinha da água te abraço, poeta!
Mourisca
E as águas, com ciumes ficaram do abraço....
pelos vistos o teu coração é grande... bem me pareceu!
goste muito!
um abraço
luísa
Luisa
Um abraço e mais outro ( já fui ao teu blogue ). EA
e nestes caminhos de silêncio inscrevo-me tb.se posso...
não é tristeza....é melancolia...pulmomar :) (ando adoentada)....de resto a vida é um "velho de barbas brancas" no jardim da esperança.
gosto do texto e sub.texto.
abraço. Eduardo.
Isabel
" Os caminhos o silêncio " é designação da natureza temática a que este poema pertence. É também capítulo do meu próximo livro. Porque sentes afinidade com estes caminhos - eu sei - nem precisas e te inscrever.
Quanto à melancolia..eu senti-a, sim. A despeito da belezao do post, para mim, sempre sublime, senti. Até a música o é. Mas tudo será ultrapassado. Em que posso ajudar?
Abraço.
:)Gostei...
Beijinhos*
Maria P
Gostei que tivesses gostado. Acho que o velho também gostou de te ver. Beijinhos
O que me fazes lembrar Eduardo! Lindo texto!
Bjs.
Laide
Laide
E tu fazes-me lembrar que...a amizade dura ...muitos anos! Só que tenho a viola onde tocava aquelas canções de Abril, cheia de pó, e sem uma corda, não sei se é a ré, se é a mi...nem quero saber! As ideologias matam as amizades, a não ser que as pessoas sejam livres...espiritualmente...Bom, c'est tout!
Dentro do coração tudo é possível. Até a imortalidade. Beijos.
Paula
O meu coração ficou com o que o velho, que conheci na infância, simboliza para mim: amor pela Natureza, sabedoria , simpliciade e serenidade. É assim que quero envelhecer. Obrigado pela visita.
Eduardo,
Bela metáfora.
Tudo se abate nesta vida, tudo seca, mas o essencial permanece vivo na memória dos afectos,
Um abraço de muita LUZ!
Clo
Muito bonito!
ótimo final de semana
abraço
'Há sempre alguém que diz não'.Há sempre um velho de barba branca que não se deixa atolar, que não se deixa abater.
Que vivam os velhos de barba branca!
PM
Clotile:
Abraço de luz
Sónia
O velho de barbas brancas disse-me em pensamento que a conhece!!
Pedro
O que o velho aqui metaforiza é a fonte do eterno...
Tanto o poema de cima como este são muito lindos, sentidos. Este apela à lembrança de todos os velhos de barba branca que temos.
Sim, todos temos. mas poucos os cantam. Como tu...
beijinhos, amigo.
Lúcia
Beijinho.
Até...
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