segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A poesia de Isabel Mendes Ferreira ao som imaginado das teclas do seu ...PIANO (1)

- 1. O fermento e o chão ------------- em cada dezembro

------------------ pediste-me uma asa. dei

o coração. fora de qualquer tempo

ou temática sem enredos nem

poços nem geografias digitais. apenas

o fermento dos dias submersos, indissonantes

e caminheiros, uma

terra e um céu, duas asas e toda

a sementeira. e mesmo que as ervas

nos sejam avessas nada

muda, ungir a corrente dos dias

é o que faço, em silêncio, que te

solto no amargo e no doce, como

o mais intemporal dos fermentos.

-

vegetal e aéreo este dezembro de asa, osso e coração.

---------

2. momentos de pluma------------e de lume

momento errático

-

----------- é neste momento sem hora explícita que me faço transição, de nenhum lugar

para nenhum outro. apenas fogo e jogo. jogo de desencontros singulares. solidão do

"ante-mundo" sem marés nem luas nem vales. nem estepes. esfera. espera. in.rolante

espaço desimportante de onde me transito----------- eremita das horas. simbiose das mãos

descritivas e extremas, um momento branco. intransitável. irrisório e convexo. não me

digas que estou ilegível, sou. estampa aguda de heresias. uma carta sem rodeios nem

apelos. incerto o instante que desacerto neste aperto. alquímico. a realidade tem o

preço gasto. consumido pelo excesso. excesso-me rente ao chão. lá fora só existe tempo.

e cego. cego este tempo. não me entendes.

dizes. nem

eu ------------este dezembro é um fio. intermitente. extinto coral onde me sou vulto.

re.fragmento-me

-

Isabel Mendes Ferreira

( Fotos tiradas em S. Tomé e Príncipe )

-

(1) http://mendesferreira.blogspot.com

15 comentários:

gaivota disse...

terras de áfrica sempre expostas a excelentes fotografias...
enquadadradas nas palvras de isabel, neste dezembro que vai a meio e com o frio a chegar em força!
e o sol lindo que está lá fora!
beijinhos

Paula Raposo disse...

Muito belas as palavras da Isabel, com essas fotos não menos belas!
Gostei imenso.
Beijos.

José Pires F. disse...

Seguramente um excelente post.
Belas as palavras da Isabel.

Lúcia disse...

Realmente - as palavras que pairam ao som... Muito bonitos!
SEmpre bom gosto, Eduardo.
Beijinhos para ti.
Ando em endurance... é como o leão:)

Isabel disse...

obrigada Eduardo. Celebro as tuas fs.




beijo.





(imf)

gota de vidro disse...

A beleza do poemar enquadrada nas não menos belas fotos.

Estes locais paradisíacos clamam a profundeza da alma e deixam jorrar a inspiração.

Lindo

Bom resto de semana

bjitos da gota

Graça Pires disse...

"este dezembro é um fio. intermitente. extinto coral onde me sou vulto."
Este dezembro é um inevitável jogo de luzes nos olhos da noite.
Este dezembro traz-nos a nitidez das palavras dispersas no sorriso da Isabel, a quem admiro e de quem sou amiga.
Gostei imenso também das fotografias.
Beijos.

Unknown disse...

As fotos sao uma gotinha de água que corrrem contentes para o belo rio da poesia da Isabel. Mas obrigado.

Lumenamena disse...

Lindas fotos e belos poemas com limpidez, imaginação e a arte com que deixa escorrer belas e quentes palavras nos nossos corações.

Um Grande Abraço,
Lumena

Lucília Benvinda disse...

Gostei muito dos poemas da Isabel. Já pulei até ao seu blogue e achei-o bastante agradável. Uma bela sinfonia, sim senhora!

Manu disse...

Poeta Eduardo!

As palavras que nos oferece
têm sido uma grande mais-valia
este aqui apenas lhe agradece
por mostrar muito boa poesia

Acabei de ler o último de Graça Pires que conheci neste espaço. A Isabel ainda não conheço mas sendo uma indicação sua...
Abraço.

. intemporal . disse...

.

. amigo Eduardo, .

. "há sensações que são sonos, que ocupam como uma névoa toda a extensão do espírito, que não deixam pensar, que não deixam agir,que não deixam claramente ser" .



. "desassossego".me no teu natal sereno .



. um amplo abraço .
. boas festas .



. paulo .

.

Vivian disse...

...que magia de post!

união perfeita entre
imagens e poema.

que lindo é isso!


beijos, moço!

f@ disse...

Eduardo,
Obrigado pelos votos de boas festas… Sabe que detesto chá mto quente mas nestes dias gelados talvez aqueça as pontas do dedos…

NATAL é poesia e prosa… desde que o sentido seja cristalino como a água que chove…

há um modelo do mundo onde brilham as teclas dos pianos outra onde eles gastos e desafinados atingem os tímpanos como agulhas grosseiras…
há um “modelo” de natal na beira de água… esse que mtos teimam ignorar…
um braço

Unknown disse...

Obrigado Isabel pela tua presença neste blogue, assim como a presença de todos os que vieram até aqui. A todos desejo Paz e Alegria e Amor. Bom Natal.