Sempre que me curvo sobre o espelho da minha idade,
revejo lá longe,
como estrela luzindo
sobre as alegrias e as tristezas,
as derrotas e as vitórias
dos anos que passaram,
o rosto do tempo
em que era pequenino,
barco de manhã,
olhos cristalinos
como gotas de orvalho,
proa firme e remos vigorosos
sorrindo aos portos imaginariamente seguros...
Então, digo-lhe:
- Estamos ainda vivos!
Os teus sonhos ainda não se concretizaram,
mas não vamos desistir...
Ou então:
- Olha que nos enganámos nos sonhos!
Ou eles nos enganaram!
Ou alguém nos enganou!...
Mas não faz mal, sabes?!
Há mais sonhos!
Muitos sonhos!...
Então... a criança sorri!
Como se fosse o primeiro dia do Mundo!...
21 comentários:
Ai, Eduardo: tão bom ler uma 'coisinha' de ternura e,acima detudo, de esperança!:)
É do sonho que precisamos. Cada vez mais!
Um beijinho - agora vou pôr a leitura em dia por aqui, que ando relapsa pela blogosefera:(
Olá Eduardo…
Feliz dia em que o Paulo me falou de ti…
Ah Edu a r d o que espelho tu tens? Emprestas-me?
A alegria e a tristeza de mão dada são a vitória e o + belo rosto
O + límpido olhar e o sorriso que sonha com o sonho...
Contigo As gotas orvalhadas de uma manhã única onde te abraço perto do rio...
beira de água límpida
imenso beijinho
a ternura sempre presente nos sonhos de uma criança!
lindo poema e uma imagem enternecedora!
boa semana
beijinhos
Pois os sonhos não se esgotam! Felizmente...beijinhos e obrigada pelas tuas palavras no último poema de que tanto gostaste!
Lúcia
Se me visses ontem à noite a dançar o Zorba. o Grego! Hi,hi,hi,hi...
F@
Empresto o espelho, as gotas de orvalho, as alegrias, as tristezas, a limpidez das águas, tudo embrulhado em folha de choupo e ao som da música, Zorba, o Grego, e com beijos de brisa e carícias de ave, e um beijo de água. Bom dia. Que te disse o Paulinho?
Gaivota
Não posso passar sem a visita da gaivota que traz notícias dos barcos e das danças das saias nazarenas ( que beleza com que danças! ... )
Eduardo: concordo totalmente contigo nessa introspecção que fazes ao passado de ti criança e também me sinto esse barquinho risonho, esperançoso, sonhador, fisicamente inesgotável, e também, como tu, a sentir os sonhos e as esperanças não realizados e difíceis de se consumar já. E, como tu dizes também, penso, como tu, que há mais sonhos que podem substituir os antigos, da infância e adolescência, mas, logo a seguir, do fundo de mim algo me diz que esses sonhos do passado sangrarão sempre, quais bondosos e ansiosos fantasmas ou quais quase- mortos a clamar vida, que, afinal, é impossível já dar-lhes.
Um abraço.
(Obrigado pela tua última visita ao meu blogue e pelas boas e elogiosas palavras que lá deixaste. No meu blogue deixei a resposta a esse teu comentário.)
Mírtilo
Lol... Eduardo....disse que tu eras um anjo com asas e tudo...
imenso beijinho
O tempo desaba sonhos
o tempo outros sonhos faz
e faz crescer a vontade
dos ramos e dos troncos
brotarem flores
tapetando o caminho
de mais um sonho
que em cada dia
faço nascer!
Como se no mundo fosse o primeiro dia que te leio... sempre o meu encanto!!
Beijo Maior
*
Eduardo,
,
a ternura
das vivências,
estão espelhadas em ti,
,
parabens,
e
aquele abraço,
,
*
Hoje soube-me muito bem ouvir este poema. Digo ouvir, porque imagino a tua voz falando de mansinho... e sorrindo!
Hoje sonhei com uma Senhora na noite, de vestes esvoaçantes, eu chamava: Senhora! Estou apaixonada!...
Ela sorriu e largou uma borboleta cor-de-rosa, linda, que veio parar na minha mão. Eu ficava encantada, depois a borboleta transformava-se num tarantola e eu arrepiava-me. A Senhora dizia: "A paixão é assim,no princípio é doce e linda como a borboleta, depois transforma-se e pica, magoando, como a tarantola.
Fiquei muito pensativa com este sonho. Um sonho a dormir que pode transmitir o que sonhámos acordados. E depois, a idade...
Beijo - acho que já não te enviava um há muito.
Lucy
Eduardo. sempre vale ler algo que nos leve à ternura e encanto,como este sonho aqui escrito...adorei.
Beijinho fica bem.
Lisa
Mírtilo
Não é por causa do passado que falei dos sonhos. O passado, amigo, não me interessa muito. Morreu. Não existe. O que existe é o presente. E é essencial que a Criança, a nossa criança, esteja viva e sorridente. Abraço.
Fá
O Paulo...exagera! Mas também é certo que todos nós voamos: somos almas...
Paula
Os sonhos só não se esgotam se...a Criança em nós estiver contente...
Repito: o teu poema é do melhor que já escreveste ( para a minha maneira de ver, claro...)
Ausenda mourisca
Tomara eu saber escrever com a beleza com que tu escreves!
Zé Henrique
Espelho de água, meu destino de alma...
Vi ontem - ou seria ilusão? - o teu barco, de nome Princesa na vela e o teu nome de arrais na pôpa, a dançar louco no meio do mar...Mas que aconteceu? Caíu alguma estrela?
Lucy
Borboleta tu és. E colorida. Basta ver o teu blogue. Agora há que perguntar aos teus guias o que faz aí a tarântola. E não faz sentido a borboleta passar a picar. Deve haver interferências invejosas. Pede ajuda a S. Miguel. Ou às entidades da tua predilecção. Já andava desconfiado de nuvens no céu. Tu tens poderes para afugentar as nuvens. Beijos meus.
Lisa
Ternura veio nas tuas palavras e ternura te mando.
Podes crer; há sempre sonhos...alguns já se realizaram outros estão na fila...
Gostei do teu poema, somos sempre naturalmente crianças, pobre de quem o deixa de ser só porque os anos passaram.
Bjs.
Laide
Laide
Há que anos a gente se conhece!?
Se tivesse havido paixões... não haveria por certo esta lareira de palavras mansas...
E elas dizem: se não fosse a nossa Criança...o sofrimento teria feito mais mazelas...
A vida é um mistério.
Beijo.
Que sempre haja mais sonhos envoltos no sorriso e ternura de criança.Beijinhos amigo, já estou de volta
Salomé
As nossas Crianças saudam-se!
Edu,
Que maravilha falarmos com a nossa criança interior e como soubeste tão bem colocar essas emoções em poesia.
Um grande e valente abraço para esse menino daí!
Clo
O menino daqui manda beijinho para a manina daí......
tanta ternura!
beij
Curvar-se sobre o espelho é algo a ser aplaudido!
bjus.
Elaine Siderlí.
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