sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Folha branca do papel

- Poema incluído no livro a apresentar no dia 24 deste mês em Lisboa, local e hora a indicar, com o título: " As palavras são de água ".
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Folha branca do papel,
Atrais-me como um abismo
Desde que em mim nasceu
O mundo,
Cresceu
E não o pude mais conter!
Como um farol,
O teu apelo é constante
No mar
Onde me perco,
Naufrago
E não me canso de me procurar!
Ouço-te, voz tão antiga,
Como as areias do mundo!
És a música autêntica
Que bates à minha porta
Perdido na imensidão da vida
Que me rouba o tempo,
Me castiga o corpo
E me disputa os mil desejos!
Mas quando te ouço,
Reconheço-te,
Manhã sem manchas,
Noite sereníssima,
Romã vermelha
Calmamente repartida
Na cidade,
De súbito transformada:
És o meu sonho,
A minha amada,
O meu barco pequenino,
Mas seguro,
A minha casa
Sem paredes
Nem bolor,
Na terra debaixo das estrelas,
Beijada pelo vento,
Rodeada pelas flores.
A tua voz é sincera.
Nem sempre serena,
Tem a força de uma fonte inesgotável.
Conheço o teu sinal.
Quando as portas da minha alma se abrem
E mergulho nas águas do silêncio
E procuro as estradas sem fim
Da vida e da morte...
És a minha única certeza,
A única ilusão que nunca morre,
Dá-me forças para partir, caminhar e vencer!...
Eduardo Aleixo ( in " As palavras são de água " )
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( Foto Googlr )

16 comentários:

gaivota disse...

lindo poema, eduardo, num dia de outono com ar de verão... está sol, a praia está linda!
e neste tempo de romãs e castanhas, sabe melhor estar a ler-te!
beijinhos

Paula Raposo disse...

Não só porque fala de romãs, mas porque sim, porque é bonito e porque gosto!! Quero o livro...beijinhos.

Lucília Benvinda disse...

Que lindo poema!

Então, estes versos, para mim...
"És o meu sonho,
A minha amada,
O meu barco pequenino",

Sabes Edu, hoje é o grande dia, o dia da minha amAda nascer, do meu sonho de menina, do meu barquinho pequenino se pôr a caminho deste mar imenso... que é a nossa VIDA.

QUE VENHA SÃ E SALVA, a minha netinha!

Um beijo enorme.
Hoje estou, particularmente,feliz.

FOTOS-SUSY disse...

OLA EDUARDO, MARAVILHOSO POEMA...ADOREI LER TAO LINDOS VERSOS...VOTOS DE UM BOM FIM DE SEMANA AMIGO!!!
BEIJOS DE AMIZADE,

SUSY

Anônimo disse...

Gostei mesmo! Como já nos habituaste há sempre um fio condutor nos teus poemas, de transparencia, doçura, sensibilidade, simplicidade...
Bjs.
Laide

Nota: Muitas outras coisas diria, mas como não tenho grandes dotes para a escrita, nem sou poeta, é o que se pode arranjar... ah!ah!

LOURO disse...

Amigo Eduardo,

lindo poema,gostei!!!
Parabéns por mais esta publicação...

Bom fim de semana,
abraço

Lourenço

gota de vidro disse...

Na folha branca de papel espraiamos os sentires, ou mesmo os sonhos, ou mesmo o caminhar da vida...

Ali lemos o mar , sentimos o rumar , vivemos o momento...

A beleza de ti expressa em poemar de beleza

Lindoo

bjinho e bom fim de semana

Clotilde S. disse...

Uma folha em branco.

Uma tela onde todas as cores da vida são possíveis.

Numa folha nos inspiramos.

Numa folha amamos.

Numa folha morremos e renascemos.

Parabéns pelo poema. Felicitações pelo livro, meu amigo.

Um abraço longo e translúcido como as asas da tua poesia.

Clo

Sonia Schmorantz disse...

Belíssimo, nem há o que dizer mais...
um abraço, ótimo final de semana

Paula Raposo disse...

Obrigada Eduardo por anunciares o meu livro!
Até logo, beijinhos.

. intemporal . disse...

. do mundo onde as sílabas são decalque de nós .

. que agrupamos no decifrar dos dias .

. parabéns .

. um abraço amigo e um bom fim de semana, querido Eduardo .

. sempre e para sempre ,,, .

. paulo .

tulipa disse...

HOJE faço uma homenagem à minha sobrinha Tânia do Bookcrossing, falecida em Março passado:

Minha querida, um “grande amigo” recente, também da blogosfera, mas já real, em Abril passado, já depois da tua partida para sempre da minha vida, fez o percurso “Caminhos de Santiago” ( conheceu-te através de mim, do meu sofrimento, da partilha de emoções) e, juntamente com os seus companheiros de caminhada rezaram por ti e fizeram uma oferta pela tua alma, deixando no local um símbolo e umas florzinhas do campo.
LINDO, não é?
Aqui estão duas imagens desse “momento”.
Faço-te homenagem nos meus dois blogues, neste "teu dia".

gota de vidro disse...

Quando já vai alta a noite passo e deixo caír um gota que transposta votos de bom domingo e um bjito

:)

Cátia disse...

Depois de ontem estarmos juntos nos momentos maravilhosos que foram a apresetançao do livro da Pin, venho até aqui, comentar pela primeira vez... quando outras vezes já tinha vindo ler.

Bonito poema. Muitas felicidades para o novo livro!
Beijinho
CA

Maria Clarinda disse...

Adorei o poema, adorei o blog...adorei conhercer-te!
Jinhos

utopia das palavras disse...

Nasço
na raíz translúcida
na seiva e na sombra
e na folha branca de espuma
me desfaço...
e na salgema
do choro e do grito
nessa alva cama
faço-te poema!

Preciso dizer-te que gostei das palavras que marcaste na folha branca de papel?

Um beijo, poeta das águas