sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

CANÇÃO

Não te fies do tempo nem da eternidade,
que as nuvens me puxam pelos vestidos,
que os ventos me arrastam contra o meu desejo!
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te vejo!
-
Não demores tão longe, em lugar tão secreto,
nácar de silêncio que o mar comprime,
ó lábio, limite do instante absoluto!
Apressa-te, amor, que amahã eu morro,
que amanhã morro e não te escuto!
-
Aparece-me agora, que ainda reconheço
a anémona aberta na tua face
e em redor dos muros o vento inimigo...
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te digo...
-
Cecília Meireles,
In " Antologia Poética ",

7 comentários:

Angela Ladeiro disse...

sim!...não podemos esperar. O tempo corre e cada momento perdido é uma pena...

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Eduardo

Lindissimo poema, o amanhã não espera.

Adorei
Beijinhos
Sonhadora

Luna disse...

Nada devemos deixar para amanhã, pois o amanhã poderá não existir
beijinhos

Sonia Schmorantz disse...

Acho belíssimo este poema de Cecília, muito bom encontrá-lo aqui!
abraço, ótimo fim de semana

gaivota disse...

pois é... há que andar em frente! não se pode esperar tanto, que o amanhã é incerto!
bom domingo
beijinhos

Manu disse...

Poeta Eduardo Aleixo!

O tempo não espera por ninguém
tampouco corre como nos convém
é fácil perder um bonito momento
falta tempo para se amar alguém
apenas dizer: Gosto de ti também!
e o tempo nunca soube ser lento

Bom Domingo. Abraço.

Paula Raposo disse...

Lindo este poema da Cecília Meireles!
Beijos.