No meu país havia marinheiros
com braços de tempestade.
Havia um cais e um sonho
ateado em cada mastro.
E havia no vento o chamamento do mar.
Havia no meu país o voo antigo dos pássaros
para adivinhar a sina dos homens.
O mistério do sangue e do parto
e o uivo das fêmeas em noites com lua
havia também no meu país.
No meu país havia a terra e a memória
e os cantares de amigo
e a pressentida eternidade das palavras.
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Graça Pires, in " O silêncio: lugar habitado "
( Prémio Nacional Poeta Ruy Belo )
( Foto de Lucy, que agradeço: http://lucy-natureza.blogspot.com )
18 comentários:
O poema tem muita vida... Fala de que país? A propósito, quem é esta grande poetisa, Graça Pires? Ainda é viva?
Um abraço.
Caro Abdoul
A Graça Pires é uma grande poetisa portuguesa e o poema fala de Portugal do povo marinheiro português. Ainda é viva e bem biva e é uma senhora nova. Se ela postar aqui pode o sr Abdul clicar no link dela e ir ao blogue onde ela escreve. Obrigado pela visita.
...ah
como é prazeroso quando
podemos poetizar nosso país,
assim como fez tão lindamente
a Graça Pires!
Portugal merece este presente
pelas maravilhas que abriga.
parabéns aos dois.
à Graça pelo poema,
e à você por postá-lo
aqui para o nosso deleite.
bj imenso, Dudu!
OLA EDUARDO, MAGNIFICO POEMA...PARABENS A GRACA POR TAO LINDOS VERSOS...VOTOS DE UM EXCELENTE FIM DE SEMANA!!!
BEIJOS COM AMIZADE,
SUSY
Gosto muito da poesia da Graça.
Há 4 anos que a sigo no blog...beijos
Eduardo, só posso dizer obrigada.
Um beijo.
Maravilhoso poema. Grandes poetas estes marinheiros de braços de tempestade!!!
Parabéns, Graça!"
Aqui o ambiente inspira navegar em mais mares só para descobrir até onde vai esta navegadora portuguesa!
Vou lá ver onde tem a sua 'caravela'...
Edu,
Não sei onde carregar para ir até lá...
Já experimentei e a minha barcaça não sai do sítio!!!
Precisava de 'piratear' este poema. Achas que a Graça se oporia?
E continuam os poetas a cantar o seu país...lindo poema!
Um abraço, ótimo final de semana
Poeta Eduardo!
Neste meu país de brando costume
nascem poetas como salgueiros
poesias forjadas em rubro lume
evocativas d'um país de pioneiros
Gostei e vou seguir a poetisa Graça Pires. Bom fim de semana. Abraço
É um prazer e uma honra ter a Graça no meu blogue e ainda poor cima com um poema tão lindo. Beijos, que vou deixar o computer a receber mais visitas, vou de viagem...
A GRAÇA!!!!!
toda a "grega" estrutura de uma alma
com a diferença de quem se Eleva.
(Amiga das horas mais puras)
Por vezes a Vida não nos permite dar a atenção devida a tantas coisas que gostamos.
Por aqui, tenho o marido internado desde 4ª feira, foi operado a um melanoma maligno e vamos ter um longo e sofrível percurso pela frente...
Comigo aconteceu o seguinte: na véspera da operação nasceu-me algo na pálpebra direita que parecia uma pequena borbulha, na 4ª feira aumentou de tamanho e na 5ª feira teve que se fazer uma pequena cirurgia para ser removido, era um quisto de aspecto estranho e duvidoso, que me obriga a inúmeros cuidados e tomar antibiótico durante uma semana e o que mais se verá!!!
Assim é a Vida.
um poema de mar, dos homens do mar, das vidas das gentes maravilhosas...
lindo! parabéns à Graça e obrigada a ti por a teres cá trazido...
bom fim de semana
beijinhos
. no meu país havia . tão somente ou a.penas porque em nós, a carne era músculo de coração a.penas .
. a.penas . as penas . e os braços inchados das veias .
. um abraço Eduardo .
. um bom Domingo .
. paulo .
Parei aqui...por acaso não conhecia e...adorei muito bonito.
Beijo da
SOL
O nosso cantar é de amigo e os poemas de Graça Pires são cantares de uma alma lusitana!Gosto (muito)
Beijo a ambos
"Na sombra da noite, fachada onde as estrelas imitam luz,
Nela venho mascarado, única coisa minha igual frente e verso,
Que tomo de corpo e alma e faço parte desse seu vulto denso
Onde eu me perco e de mera sombra me torno num outro e noite dentro também,
Mas sem sonhos por perto, que não sejam as estrelas paradas em cima de mim
Nem sou nem mais fui esperado na orla da penumbra sem fim"
Jorge Santos
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