sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Apresentação do livro

E o convite que enviei àqueles(as) de que tenho mail. Para aqueles(as) de que não tenho mail, aqui vai o convite para estarem presentes, se puderem, no local abaixo indicado: ( Local: Onda Jazz - Arco de Jesus, 7, Lisboa. - Junto ao Campo das Cebolas. - Entrada livre. Sábado, 31 de Janeiro, 20 horas )
Como já noticiei há tempos, o livro inclui 3 poemas meus. Um deles é o que a seguir volto gostosamente a postar.
Mas toca, Vivaldi...

Quantas vezes nasci?

Quantas vezes morri?

Por que países nunca vistos

Semeei o meu silêncio,

O meu olhar de espanto?

Toca, Vivaldi,

Enquanto me lembro,

Sem esforço em me lembrar,

Quantas vezes comecei a minha vida,

Olhando para o mar...

É noite.

Lisboa submerge em nevoeiro.

Nas ruas, o inferno dos motores...

Já trabalhei,

Mas só agora me apetece trabalhar:

criar um espaço de luz,

uma baía de inocência,

uma roseira de palavras intocáveis,

o sorriso da cidade a construir...

Tão longa ainda a caminhada!...

Tão distante ainda a paz!...

Tão inevitável por vezes a guerra...

Tão difícil a batalha da sinceridade!...

Tão loge ainda a Primavera!...

Mas toca, Vivaldi...

Eduardo Aleixo

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A máscara dos dias....

A máscara dos dias!
A rudeza indiferente
dos gestos e palavras
de quem se ignora,
se desconhece,
se detesta,
não se atura,
e se aborrece;
de quem se fala e ri
à superfície;
de quem trabalha
mas não cria;
de quem envelhece,
de olhos macerados;
os pensamentos emprestados;
os sonhos já rendidos,
esquecidos,
não lembrados...
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Dias...onde a luz faz tremer
os alicerces da bruma
( o bolor aí se cria,
e trepa,
e prende os corações,
que riem, quando deviam chorar;
que choram, quando deviam gritar! )...
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No dia...a noite é espessa;
e de noite...o choro é livre!
As mãos de alguns odeiam,
e mostram no peito...
a chaga de uma flor!...
Eduardo Aleixo

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Gira o carrocel...

A amiga Lucy, do blogue, http://lucy-natureza.blogspot.com/ , deixou-me a seguinte tarefa:
1. Agarrar o livro mais próximo; 2. Abrir na página 161; 3. Procurar 5ª frase completa; 4. Colocar a frase no blogue; 5. Repassar para 5 pessoas --------------------
Aceitando a tarefa com flexibilidade, aqui deixo o " período ", a partir da 5ª frase, do livro que estava perto de mim, e que se chama, " Diário XII ", de Torga:
« Portalegre, 6 de Outubro de 1976 - Há terras onde vão a carácter determinadas expressões. Certa ostentação, certa grandiloquência, certa retórica. Esta cidade de Portalegre, desde o nome, ao mausoléu monumental com que em vida um bispo nela se preveniu, à toada barroca em que um poeta a cantou, parece enfunada por não sei que vento hiperbólico. Mas a gente deixa-se arrastar por esse descomedimento. Gosta dos palácios majestosos, dos brasões flamejantes, dos mármores coloridos, dos ferros forjados. Gosta de testemunhar uma candura provinciana que se desconhece, presunçosamente escarolada ao parapeito da paisagem larga, a ver passar o tempo convencida de que tem um salvo conduto para a eternidade. »
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E o carrocel segue para...os seguintes amigos: - http://asromãsdapaula.blogspot.com/ ( Paula ) -------------------------------------------------------------
- http://emmimumsonhoazul.blogspot.com/ ( Zélia ) --------------------------------------------------------------
- http://palavrasemdesalinho.blogspot.com/ ( Carla ) ---------------------------------------------------------------
- http://gaivota-mareterra.blogspot.com/ (Gaivota ) ---------------------------------------------------------------
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Não saiam do carrocel em andamento. A menina que vai na girafa, ponha-se direita. O mesmo para as outras. Muita atenção. E bom trabalho. Abraço. Eduardo

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Abeiro-me de ti...

Abeiro-me de ti,
companheira
de rosto sereno.
Alimenta as minhas forças
contra os inimigos da paz.
Beija-me na face
e apazigua as tempestades
que se avolumam no meu peito.
Que sejas a água
da rocha
lisa e forte
que quero ser.
E que ambos
passemos
atentos
e juntos
pelo centro das aldeias
e cidades,
mais ricos do amor
que o mundo nos concede,
muitas vezes nos nega,
mas sempre nos merece!...
Eduardo Aleixo

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Os amigos verdadeiros

Presenças discretas,
Silenciosas,
Muitas vezes invisíveis,
Cintilantes,
Não parecem calorosas,
Nem ardentes,
Mas são certas,
Sóbrias,
Permanentes.
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Muitos de nós
só o sabem
muito tarde!
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Poucos
o sabem,
cedo!
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São como estrelas
vigilantes
nos céus das nossas vidas
(tantas vezes distraídas!....)
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Seres sublimes,
Luminosos,
Sensíveis,
Tão fortes,
Mas tão frágeis,
Corações que sofrem
E cantam
E rejubilam
Em silêncio!..
Nada nos exigem!
Nada regateiam!
Apenas nos amam...
- São os amigos verdadeiros!...
Eduardo Aleixo

sábado, 24 de janeiro de 2009

KUNG HEI FAT CHOI

Aos amigos que deixei em Macau desejo um Bom Ano Novo ( Ou-mun panguiau Kung Hei Fat Choi )
Bom ano do Búfalo.
Eduardo Aleixo
( Ya Ik Man )

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Também a casa tem seus recantos

- Poema de Vieira Calado
Também a casa tem seus recantos ocultos
que se encolhem em umbrais austeros,
numa obscuridade sinuosa, impermeável
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São a matéria excedente do latejar do sangue,
uma fogueira extinta pelo seu próprio fumo
caída sobre a cinza de magoadas flores
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Não impedem ao tempo o seu galgar sereno
fechado na missão de arrefecer as cinzas
para a dispersão programada dos vestígios
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Estão ali porque completam a função do lar
os seus esteios multicolores, o seu espectro,
uma luta verdadeira entre as trevas e a luz
( Do livro, de Vieira Calado, " Itinerário " )

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Não posso viver fora da beleza

- Poema de Eduardo Graça
A caminho do futuro incerto
se joga a minha vida
e os gestos dela
tudo se joga menos a pura
beleza daquela face
e o meu olhar nela
---
não seria capaz de viver
fora da beleza
e um olhar por vezes basta
novidade do breve desejo
arrebatado e triste
no aceno de despedida
---
chegar partir abrir a mão
apertar os lábios
e lamber as feridas
sorver a lágrima
que cai pelo rosto desabrida
e não perder o trilho
---
amar o dia como a um filho
que se viu nascer
e admirar a beleza do seu rosto
olhar o anoitecer
e a luz que ilumina o caminho
me faz crer
---
não posso viver fora da beleza
perdida a juventude
o meu corpo oblíquo
rememora, resiste e reverdece
qual movimento do desejo
que se não perde e cresce.
( In " Há um momento em que a juventude se perde.
É o momento em que os seres se perdem.
E é preciso saber aceitar.
Mas esse momento é duro" , livro de Eduardo Graça.
Concepção gráfica de Isabel Espinheira.
Poemas ilustrados por desenhos gráficos, realizados em computador, pelo filho do autor, Manuel Maria. )
- Obrigado, amigo, pela oferta do livro. Gostei muito. Todos os poemas são bonitos. Parabéns. Parabéns também ao teu filho. E também à Isabel Espinheiro.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Pela Paz de Israel e da Palestina

A violência gera a violência. O ódio, o ódio. O seu contrário, a Paz, gera a Paz. Por isso, só com a Paz, dentro dos corações dos dois povos, a guerra terminará. Utopia? Se calhar. Mas os princípios enunciados estão certos.
O meu desejo é que todos enviem este pensanento energético de amor para o Universo, contribuindo assim, para que um dia, se criem condições de surgimento de novas lideranças para os dois povos e as respectivas bandeiras possam ser como duas mãos unidas.
Não poderá ser de outro modo, pois são povos irmãos e ambos vítimas de muito sofrimento.

Nota: se desejares fazer parte desta cadeia de amor cria um post com os seguintes requisitos:

- coloca as duas bandeiras lado a lado;

- coloca o tema " Prayer " cantado por Bocelli ou outro/a intérprete;

-informa este blogue da tua intenção.

( Cadeia de Amor proposta pelo Blogue " Sou Pó e Luz " ) Eduardo Aleixo

sábado, 17 de janeiro de 2009

Folha de outono

Observo-te a cair lentamente,
Dando voltas e voltas ao sabor
Do vento...
Leve e solta, cais desprotegida,
Sem saber para onde te leva agora
A vida...
---
Quebra-se a tua ligação à árvore.
E seus braços nus dizem-te adeus.
Agora és só tu, frágil folha,
Que partes para o mundo...
Tal qual como eu...
Rita Aleixo

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Intervalo

Assim...livre...vou...

Nada imponho aos outros.
Simplesmente sou.
Há quem goste.
Quem não goste.
Assim...livre...vou...
Eduardo Aleixo

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sobre a dor

Que escrita fica
do
espaço
e
tempo
da dor
não dita?
Eduardo Aleixo

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

REGRESSO

O bote regressa contente às águas do seu rio; e agradece a Deus a reparação rápida das tábuas quebradas contra os rochedos da margem; e também agradece os mimos dos amigos que se preocuparam quando não o viram pescando sobre as águas.
O bote foi a concertar.
Mas já está bom.
Pronto para navegar com a proa sempre firme, os remos sempre livres, e nas águas sempre claras.
Eduardo Aleixo

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Eu não vou demorar, regresso depressa...

Beijos. Eduardo ( Obrigado Francisco Belard pelo lindo vídeo... )

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O vestido de noivado

Parece morta,
mas não está!
Está dormindo!
Está esperando
o regresso do amado
que em março
lhe traz
o vestido de noivado...
Eduardo Aleixo

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Entradas

De regresso, agora em 2009, com novo ano. Esta passagem de ano foi muito especial pois passei-a numa roça - S. João - que pertence a João Carlos Silva (se calhar alguns conhecem da TV), que fica no sul de São Tomé e tem uma paisagem magnífica, que apela à paz e tranquilidade de espírito. Nesse espaço, sem rede de telemóvel, com pouquíssima gente e ao som dos tambores ritmicos do bulawê tradicional da ilha passámos o ano, quase sem saber qual a hora certa e sem necessidade de mandar as tradicionais mensagens de felicitações. Um belo espaço para fazer balanços, e gozar realmente de nós e da companhia. Espero que todos tenham umas boas entradas. Bjs Rita

TRAÇOS

O traço do teu desenho
denuncia
a doçura da tua voz,
aquele encanto
encoberto
no cinzento do lápis.
--
Pinto-te a aguarela
sobre o esboço
que de ti transparece,
em contraluz
as linhas tomam vida
e sorriem para mm.
Maria Paula Raposo
( In " Golpe de Asa " ) - livro de que gostei muito. Escolhi este poema, como podia ter escolhido outros. São todos bonitos.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Os andaimes de bambu

Em Macau ( China ) usam-se os andaimes em bambu... Lembras-te, Rita? Beijos. Eduardo

O meu caminho

O céu ilumina o meu caminho,
Onde prossigo a marcha da vida,
Irmanado com o Mundo,
Mas sozinho!...
Eduardo Aleixo
( Foto S. Tomé, Junho 2008 )

domingo, 4 de janeiro de 2009

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Estou contente

O livro, intitulado " Entre o Sono e o Sonho " - Antologia de Poetas Contemporâneos - da Chiado Editora, vai ser apresentado, no dia 31 deste mês, no bar Onda Jazz, em Lisboa.

O livro inclui 3 poemas meus, que foram postados neste blogue, e que são: - " Nasce então como num parto um novo rosto " - postagem de 16/10/08; - " O rosto do vento " - postagem de 28/05/08; - " Mas toca, Vivaldi " - postagem de 08/06/08.
Desejo agradecer o estímulo que muitos amigos me deram ao longo do tempo para que não desista de escrever, nomeadamente o Pedro Martins, do blogue, http://aditaeobalde.blogspot.com/, assim como a amiga, de longa data, Maria Adelaide ( Laide ).

Para muitos pode ser coisa pouca, mas para mim, não. Estou contente. Eduardo Aleixo