Pescador da barca bela,
Onde vais pescar com ela,
Que é tão bela,
Ó pescador?
-
Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
Ó pescador!
-
Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela...
Mas cautela,
Ó pescador!
-
Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela
Só de vê-la,
Ó pescador.
-
Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela,
Foge dela,
Ó pescador!
( Almeida Garrett, 1799-1854 )
18 comentários:
Também gosto. Beijos.
Não conhecia este poema. Obrigado pela partilha.
Um abraço.
Almeida Garrett poeta..., faceta normalmente pouco conhecida.
Este poema faz-me lembrar de uma quadra que havia no meu tempo num livro de leitura de Português, que falava também num pescador e numa barca bela, que eu não me lembro de que autor era mas que poderia bem ser de Almeida Garrett:
Pescador da barca bela,
que se vai deitar ao mar,
Nossa Senhora vai nela
e os Anjos vão a remar.
Sobressai no poema de Garrett o encanto da sereia com suas maléficas consequências, o subentendido «enfeitiçamento» da vela e remo, e daí o aconselhado afastamento, pelo poeta - isto é, a sedução extrema pode ser perigosa, pode paralisar, pode escrevizar...
Um abraço, EA, deste intrometido Anónimo, que um dia destes há-de «baptizar-se».
Anónimo
Também me lembro dessa quadra, o que é natural, não achas? Andámos pelos mesmos caminhos, parámos junto do mesmo rio, só que eu baptizei-me e tu, não. Mas ainda estás a tempo e quanto mais depressa melhor.Queres perder mais conchas?
Abraço.
Eduardo
Gosto da poesia de Almeida Garrett. Este poema é muito belo.
Um abraço.
Pescador da barca bela,
Lindo poema tão bem cantado por
Teresa Silva de Carvalho
beijos
Graça
Tmbém gosto desta poesia tão antiga, mas tão bela.
Abraço.
EA
Multiolhares
Lindo poema e lindamente cantado, é verdade, beijinhos. EA
Resposta de Anónimo a «Eduardo Aleixo disse...» no que diz respeito à concha de São Tomé como prémio camoniano, isto é, a quem acertasse em Camões como poeta convidado:
Dizes que me baptize para não perder mais conchas. Eu não perdi a concha, eu ganhei-a, hei-de em memória considerar-me sempre o vencedor, até «regulamentarmente» eu fui o vencedor, pois não era interdito um anónimo concorrer, poderia era, subentendidamente, o anónimo, se vencedor, ter de se desanonimar para receber o prémio.
Para mim, sem dúvida, em fui o vencedor, e digo-o com simplicidade, sem alarde de «glória», e até era relativamente fácil vaticinar Camões, pelas previsões que expendi na altura e até porque o que é mais elevado custa sempre mais a ver, olha-se mais facilmente para o que está logo adiante do nariz.
Essa concha eu ganhei,
recordá-lo aqui venho,
por isso recordarei
essa concha que não tenho.
Adeus, Eduardo «Alex».
Esta barca bela é linda.
Há uma outra versão, que se chama "nova barca bela", de Carlos Paniágua, mas não a encontro na net.
Tenho-a algures por aqui, entre papéis. Pode ser que a encontre um dia destes...
Um beijo
Mas que barca bela, a imagem! E a "Barca Bela", claro...:)
Beiinho*
Adoro o poema e o autor.A concha afinal como está?
Abraço
Não fique triste.Um abraço
Olá querido Eduardo, belo poema do nosso Poeta Almeida Garrett, tão bem cantado pela linda voz de Teresa Silva Carvalho...Adorei Amigo!
Beijinhos de carinho e ternura,
Fernandinha
Pico, minha ilha
A tristeza faz parte da vida. Logo passa. Mas obrigado, amiga.
EA
Maria
e
Maria P
Vocês que sabem do mar, sabem das barcas.
EA
Fernandinha
Junto a tua ternurinha ao barco e canto um belo fado.
Bj.
EA
lindo lindo este poema, e cantado sabe muito bem aos nossos ouvidos...
e fala de mar, cuidado, tem cautela, oh pescador...
beijinhos
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