quinta-feira, 30 de abril de 2009
Que cantam os pássaros?
terça-feira, 28 de abril de 2009
No campo, o cheiro da alfazema...
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Poema
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Zeca Afonso...
quinta-feira, 23 de abril de 2009
luminosas pombas
quarta-feira, 22 de abril de 2009
DIA DA TERRA
terça-feira, 21 de abril de 2009
MAIS ABRIL
segunda-feira, 20 de abril de 2009
ABRIL DE SIM ABRIL DE NÃO
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Convidado do mês de Abril: Alves Redol
é uma luta danada, de vida ou de morte, DEUS NOS ACUDA!, um homem parece ter olhos à volta da cabeça e nas mãos e em todo o corpo, mas a morte tem mais olhos ainda, vê tudo, CORTA-LHE A FORÇA AGORA, TÓ!, CORTA-LHE A FORÇA!, e está à espreita que eu abrande ou me distraia, um só instante, para atirar o golpe fatal, já a conheço, já não é a primeira vez que a morte me espera nas veredas do Mar, que o digam estas rugas e estes cabelos brancos;
- Ah Tó! Ajuda-me aqui!
- Ah Tô! Tô! Vê se ouves bem! Dá a essa gente o resto da garrafa de aguardente! - E acrescenta em voz baixa: «Morram todos bêbedos, ao menos. Não custa tanto...»
Apetece-lhe chorar mais, chorar nunca ninguém o viu, mas agora precisa de abrir a água dos olhos, senão as veias rebentam-lhe.
Hei-de também chorar em terra, sozinho, se a gente chegar a terra, hei-de esfregar os olhos na areia para que fique cego duma vez.
- Ah Mar!... - diz aquilo e levanta-se de mão erguida.
Uma onda enrola-o, não sabe bem se os pés estão firmes, ou se já baldeou, mas a mão continua agarrada ao leme, agora já vê a proa, estarão todos?, e depois põe-se a contar os camaradas.
- Eles não querem beber, pai!
- Então, bebe tu.
- Não preciso.
- Dá cá a garrafa.
- Pra si, não. Vossemecê vai ao leme...
O Tó joga a garrafa às ondas e aproxima-se do velho, oferecendo-lhe a cara para que lhe bata. Zé Diabo Negro sorri num esgar, quer fazer-lhe uma carícia, mas atira-lhe uma bofetada, que é o carinho maior de que se sente capaz.
- Vem para aqui e ajuda-me. Já não tenho olhos...
- Nem eu, pai. Mas os dois juntos somos capazes.
- Já perdemos muito tempo. E lixámos o Joaquim. Fui eu que o lixei.
Acena a cabeça - sabe lá o que mais deve dizer.
Esperar mais um bocadinho, só mais um bocadinho, a morte está à espera ali mesmo, ah coisa danada!, e não me deixar vergar por outra vaga como aquela que me quis levar, por muita gana que traga, porque ao cabo de tudo sempre se acaba por encontrar uma fenda na muralha, basta agarrar bem o medo e atirá-lo com força para os pés, já que não se pode jogá-lo para o Mar.
- Isto é um inferno, não é o Mar! - cicia para o Tó.
O Gaivota anda também a seguir-me a rota, da borda talvez saiba mais do que eu, sempre foi pescador da xávega muito tempo, e ninguém conhece melhor a borda do que os arrais dessa arte. Ele está a emproar a terra, talvez vá agora, sim, é agora, Deus me ajude! A Senhora da Nazaré me ajude, vamos lá agora que já não é sem tempo.
- Vamos lá com Deus! - clama o velho com a voz quebrada. Que a virgem da Nazaré ajude e veja a gente todos!
A companha tem agora os olhos postos no areal. Adivinham o rumorejar da gente, o que estão a fazer para os salvar; aqueles instantes parecem não ter fim.
O Tó segura bem o leme, o velho percebe-o. Ainda deixa a sua mão, quase mal lhe toca, mas afrouxa-a; sentiu uma tontura O que será isto?
- Vamos prá vida ou prá morte, rapazes! Agarrem-se bem!... - brama o filho.
Ele ouve-o, quer ainda reagir, mas depois quebra-se.
- Queres que vá tomar conta do motor?
- Não, fique aqui comigo. O pai é que é o arrais. Diga lá mais qualquer coisa aos homens.
Zé Diabo Negro empertiga-se no banco e grita:
- Vamos agora pra terra! E vamos chegar, rapazes! Eu cegue se não vamos chegar em bem!
A proa endireita, começando a romper o capelo das ondas que se agarram aos flancos do bote.
( Uma Fenda na Muralha - de Alves Redol )
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Conquista
segunda-feira, 13 de abril de 2009
De S. Tomé e Príncipe
Poema de Lao-Tzu
domingo, 12 de abril de 2009
Santa Páscoa para todos
( Fotos de Lucília Ramos )
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Rainer Maria Rilke
quarta-feira, 8 de abril de 2009
O significado das raízes!
terça-feira, 7 de abril de 2009
O meu dia-a-dia...
segunda-feira, 6 de abril de 2009
palavras...
sábado, 4 de abril de 2009
Boa semana
Poema
Música no silêncio antiquíssimo da noite!
Eterno o silêncio, eterna a música
que sempre existiram no universo,
nas águas e no vento!
Aqueles que a escutaram antes dos outros
foram os que nasceram compositores!...
Ouço-os no silêncio da noite
cada vez mais atento
quanto cansado estou dos ruídos periféricos
da vida. Da vida que corre sublime
e pura como as águas limpas que se ouvem correr
livres nas montanhas.
Música pura, é o silêncio. Que fala.
E quando fala e eu a escuto,
respiro, pairo, danço, voo
e entro no universo infinito do meu corpo
que se transforma sem dar por isso num oásis de conforto!...
Eduardo Aleixo