Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.
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Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo mais contradição.
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Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.
--
Abril de Abril vestido ( Abril tão verde )
Abril de Abril despido ( Abril que dói )
Abril Já feito. E ainda por fazer.
Manuel Alegre
19 comentários:
*
ai abril, abril,
que vais com as águas mil,
,
um abraço, amigo,
,
*
Olá Eduardo.
Eu vi Abril,como um belo sonho depois da noite escura,vir o raiar da aurora,este abril na escrita de Alegre adorei,o poeta todo ele é ABRIL.
Beijinho e boa semana.
Lisa
Dri Viaro
Seja bem vinda.
Zá Fernandes
Custa-me reproduzir o teu segundo verso, mas...
Lisa
A vida é como um rio...Há escarpas e depois há as planuras, com flores. E depois...
Estupendo poema para uma data de sempre.
VIVA ABRIL!
SAudações.
Ei, Chiquinho, e vocemecê home, que Abril viu?
Eu vi um Abril jovem, destemido, rapagão de belos músculos com os punhos no ar...
Eu vi uma menina-donzela de sorriso esperançoso e de braço no ar mostrando os dedos em 'V'...
E vi os cantares do Zeca, mais do Adriano, do Zé Mário, do Vitorino e tantos outros, que jovens ainda, quiseram mostrar um Portugal novo... (no Palácio de Cristal - no Porto)
E vi gente humilde assustada e gente que exultava...
Ah! Mas eu sou de um Abril de SIM!!!
Beijoca aqui ao meu mais fiel alentejano, Chiquinho!
Lucynha
Lucynha
« Beijoca ao mais fiel alentejano...! ». Sim senhor. Quer dizer: eu sou o mais fiel... Os outros campaniços não são fieis? Mas o que é que a fidalga sabe da planície? Sim, de palácios de cristal, sabe, mas da charneca, do sol tórrido, das noites de luar e de malteses, de navalhas e de contra-bandistas, que sabe a morgadinha?
Bom, mas esteve do lado do povo, e foi aí que o Zé do Telhado, etc. Abril sim, pois então. Um abração.
Chiquinho pequeno-burguês
São
Sempre. Saudações de Abril.
Estou à espera da poesia reunida de Manuel Alegre para me deliciar ainda mais com tudo aquilo que já li e que ainda tenho para ler. Sou apaixonada pelo que ele escreve. Poema mais que belo, este. Beijos para ti, pela escolha excelente.
P.S.-Porque além do mais, Abril é o meu mês...
Nós somos desta geração de Abril.
Abril sim, Abril não, Abril assim assim, mas sempre Abril, o nosso lindo mês!
Por este poema só te posso deixar um pé de cravo rubro, na esperança de que refloresça vermelho e intenso!
Esses cravos que se vendem por aí, são estupidamente artificiais, já nem aroma possuem.
Beijo, Eduardo
Clo
Estou de acordo contigo.
Beijo
Paula
Só não percebo quando dizes que Abril é o teu mês!
Bj
Que seja Abril, sim!
Beijinho*
Maria P
Até as gaivotas dizem sim.
Bjs
“Nada há de mais poderoso que uma idéia
Que chegou no tempo certo.”
Victor Hugo
Tenha uma semana maravilhosa.
Abraço
Sônia
Sónia
Gostei do pensamento. Certo. Boa semana, amiga.
Eduardo Aleixo, eu ja estava com saudades de ler sua bela poesia.
E, hoje aqui estou encantada com seu ABRIL, deixou minha manhã em festa, obrigada,
Efigênia Coutinho
Efigénia
Amiga, obrigado pelas suas palavras, mas desta ez os versos são de um poeta maior do que eu, chamado Manuel Alegre. Boa semana para si.
Porque eles (os cravos)
Coloram a nossa boca
Floram nas nossas mãos
Porque eles (os cravos)
Renegam a hipocrisia
São passos de verdade
Porque eles (os cravos)
São o nosso dia a dia
Carregado de esperança
Porque eles (os cravos)
Não vendem a Liberdade
Abril SIM!
Um beijo
Ausenda
Tu achas que o teu poema podia não ser lindo?
Tinha de ser lindo. Porquê?
- Poema de rosa
escrito a um cravo!
De Abril, claro.
Abril que dói... Tanto para fazer. Mas muito foi conquistado. Pofrque dói? Porque há sonhos que...
beijinhos, Eduardo
Gostei as palvaras da Ausenda:)
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