( Foto: rio Douro - autoria de À Beira de Àgua )
- Poema de Rita Aleixo
No campo, o cheiro da alfazema
é uma ternura que se espalha pelo ar.
E junto ao esplendor da Natureza
toda a harmonia se encontra no lugar.
-
Nada há de mais belo
que ver um semeador a plantar
o que com o decorrer do tempo
da terra há-de brotar...
-
De madrugada a lida recomeça
num trabalho duro de muito esforço.
Mas que melhor haverá de recompensa
que a de poder acompanhar este ciclo gracioso?
-
A gente citadina desconexa
não o pode saber apreciar...
Pois seus muros de cimento são altos
e difíceis de ultrapassar.
-
Para dar largas à visão
a cidade é fechada de aparências.
Uma enganadora ilusão
que prende as gentes nas suas teias.
-
No campo o horizonte é o limite
e a essência da vida na perfeição.
Quem nunca se libertou para a vislumbrar,
então é pobre e pequeno na imensidão.
-
Vale a pena subir os altos muros
da prisão que a cidade encerra!
Pois ainda se sente, vinda lá do fundo,
a ternura do cheiro a alfazema...
Rita Aleixo
( 2002 )
10 comentários:
Um poema muito telúrico e muito sensível, com uma fotografia muito bela. Até aqui chegou o cheiro a alfazema.
Um abraço para si e um beijo para a Rita.
Ainda vou 'roubar' este poema da Rita para colocar no meu blogue, se ela não se importar. Gosto de poemas assim, que falem de coisas singelas, do cheiro dos campos, da alfazema...
Eduardo, a fidalga trepadeira/ beijoqueira já te respondeu.
Beijoca minha, também,
Lucy
P.S. - Não consigo aceder direito à Interne, está a ter interrupções.
um poema tão bonito que a rita aqui deixa, nas margens do rio douro onde se encontram belas palavras para cheirar a alfazema!
beijinhos
Uma foto magistral com um maravilhoso poema a acompanhar.Parece escadinhas o cultivo da vinha pelo Douro.Abraço amigo
Gostei! Filha de peixe sabe nadar:9
'No campo o horizonte é o limite
e a essência da vida na perfeição.
Quem nunca se libertou para a vislumbrar,
então é pobre e pequeno na imensidão'
EXACTAMENTE!
Beijinhos
Se se abrir o coração e olhar o horizonte com ternura não haverá limites que impeçam sentir esse cheiro...de alfazema!
Foi um prazer ler este poema da terra, lindo!
Beijo Rita e para o pai também.
Cheiroso este post!:)
Beijinho*
Que belo cheirinho, Rita!
Bjinhos
Este cheirinho a alfazema, amanhã, já estará cheirando por outros campos...
Estás mais bem disposto, camarada de Abril (sim, que o mês ainda não acabou!?)?
A mana trepadeira também te manda um abraço com o desejo de um rápido restabelecimento desse cansaço.
Até amanhã e dorme com os anjos - não te metas sempre na cabana do Zé, olha que vai mau tempo e ela pode vir abaixo.
Então, a Ritinha não manda mais crónicas?
Muito bonito o teu poema, Rita! Gostei imenso. Beijinhos.
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