As folhas caem...
Não se lembram de que já foram chão!
As folhas rebentam...
Não se lembram de que já foram céu!
Assim nós somos
De cada vez que partimos
E voltamos!
Lisboa, Mértola, Dezembro de 2013
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Como se não houvesse tempo
Saber lidar com o tempo
Como se não houvesse tempo
Sem tempo
Sem saber
Sem lidar
Apenas ser...
Lisboa, 13 de Dezembro de 2013
Como se não houvesse tempo
Sem tempo
Sem saber
Sem lidar
Apenas ser...
Lisboa, 13 de Dezembro de 2013
sábado, 7 de dezembro de 2013
As folhas do Outono
As folhas do Outono
Despediram-se das árvores
E caíram no chão
Onde estão serenas!
Lisboa, 6 de Dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Sem o saberes
Aproximei-me da tua porta
E sem o saberes entrei no teu jardim.
Fiquei a olhar para as flores
E vi como elas são a imagem e semelhança do teu rosto.
Curvei-me sobre a terra
E pus-me a trabalhar as tarefas que deixaste interrompidas.
Colhi algumas flores, que deixei à tua porta.
Depois... saí silenciosamente,
E afastei-me a sorrir,
Contigo dentro de mim...
Lisboa, 5 de Dezembro
Foto Net
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Melancolia
Almas ronronantes
Com saudades de coisas distantes
Vividas?
Não vividas?
Perto indelevelmente sentidas
Não lembradas
Não esquecidas
Nem chegadas
Nem partidas ...
Lx, 14 de Novembro
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Assim faço com as palavras
Pego nas pedras.
Lavo-as bem lavadas.
Limpo-as.
Exponho-as ao sol e ao luar.
Assim faço com as palavras.
Lx, 14 de Novembro
Lavo-as bem lavadas.
Limpo-as.
Exponho-as ao sol e ao luar.
Assim faço com as palavras.
Lx, 14 de Novembro
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Ainda é noite...
( poema escrito antes da revolução de Abril....)
Dias cinzentos
De horas impassíveis...
Que relógio está parado
No país adormecido?
À beira-Tejo, eis o que sonho:
- Chegam bandos de homens justos!
Com eles vou
Irmanados
Gritando o sol nascer....
Ainda é noite!
( foto Net )
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
SOU
Sou quem procuro ser
e descobri que sou
e espera que seja.
Assim vou-me aproximando de mim.
E quando me afasto
não é a mim que tu vês
nem é comigo que falas!
Sou máscara
farsa
voz falsa
perdida
iludida
não lembrada
de si esquecida!
Lx, 24 de Outubro da 2013
e descobri que sou
e espera que seja.
Assim vou-me aproximando de mim.
E quando me afasto
não é a mim que tu vês
nem é comigo que falas!
Sou máscara
farsa
voz falsa
perdida
iludida
não lembrada
de si esquecida!
Lx, 24 de Outubro da 2013
terça-feira, 22 de outubro de 2013
Mas não é do tempo!
Está frio e vento
E o céu cinzento
Lá fora e cá dentro
Mas não é do tempo!
Eduardo Aleixo
Lx, 22 Outubro
E o céu cinzento
Lá fora e cá dentro
Mas não é do tempo!
Eduardo Aleixo
Lx, 22 Outubro
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Sou erva com bicos de pássaros
Vou indo enleado no tempo,
Com sonhos, saudades e desejos da leveza do sem tempo!...
Como se fosse embalado pelo vento
Sou erva com bicos de pássaros e raízes aladas
No chão sagrado do agora...
Lx, 20 de Out. de 2013
Foto Net
Com sonhos, saudades e desejos da leveza do sem tempo!...
Como se fosse embalado pelo vento
Sou erva com bicos de pássaros e raízes aladas
No chão sagrado do agora...
Lx, 20 de Out. de 2013
Foto Net
sábado, 19 de outubro de 2013
Onde namoram os pássaros
Hoje vou entrar no bosque mais íntimo
Onde namoram os pássaros
E rebentam as cascas dos ovos
Nascentes das águas puras.
Onde namoram os pássaros
E rebentam as cascas dos ovos
Nascentes das águas puras.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Cena sobre as águas calmas do mar
Olhos de camelo vassourando a lonjura do deserto...
Assim a gaivota grande de papo branco baloiça sobre as águas azuis e rasas e calmas do mar…
Solitária, livre e esbelta,
Eis que levanta brusca e briosamente voo
e segue o parceiro que a chama
No voo alucinante sobre as águas...
Lx, 2011
terça-feira, 8 de outubro de 2013
sábado, 21 de setembro de 2013
Sempre sorridente
O bom da casa está no regressar.
Para regressar é preciso partir.
Mas a casa de que falo
Está no centro do bosque luminoso do teu ser.
Sempre sorridente.
Mas independente
Do chegar e do partir!
Agosto.
Quintela de Azurara
terça-feira, 17 de setembro de 2013
As vozes mais puras
As vozes mais puras
Os olhares mais
claros
Os gestos livres e não pensados são sinceros
A dança do teu corpo igual à dança das folhas libertas das árvores
As palavras são de cristal
Orvalho na manhã
Que canto sublime e fresco se liberta do bico contente das aves
Águas primeiras irrompendo da terra
e regressando ao regaço do ar
Assim eu regresso ao antes da manhã
Ao despertar das corolas das flores
E à tremura das pestanas
Por causa dos afagos das brisas dos teus sonhos
Leitura serena dos nossos corpos
Nas areias do sol posto à beira do cântico das ondas
Aqui
Não existe já o ruído do mundo
nem o mundo do ruído
Aqui
É a porta de entrada para a essência
Quero eu dizer
para a existência....
Lisboa, Setembro
( depois de fechar a televisão, farto de todos os comentaristas )
Os gestos livres e não pensados são sinceros
A dança do teu corpo igual à dança das folhas libertas das árvores
As palavras são de cristal
Orvalho na manhã
Que canto sublime e fresco se liberta do bico contente das aves
Águas primeiras irrompendo da terra
e regressando ao regaço do ar
Assim eu regresso ao antes da manhã
Ao despertar das corolas das flores
E à tremura das pestanas
Por causa dos afagos das brisas dos teus sonhos
Leitura serena dos nossos corpos
Nas areias do sol posto à beira do cântico das ondas
Aqui
Não existe já o ruído do mundo
nem o mundo do ruído
Aqui
É a porta de entrada para a essência
Quero eu dizer
para a existência....
Lisboa, Setembro
( depois de fechar a televisão, farto de todos os comentaristas )
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Árvores
Os pés bem mergulhados na doce terra amada,
E as mãos acariciando o rosto sorridente do céu!
( Foto: Jacarandás, Lisboa ).
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Conchas.
Quantas conchas tem a
praia...
Mas foi esta que eu
escolhi!
Porque chamou a atenção do meu olhar.
É esta que eu vou guardar.
É esta que eu vou amar.
Que terá para me contar?
Muitos segredos tem o mar!
Praia de Monte Gordo - Agosto de 2013
Porque chamou a atenção do meu olhar.
É esta que eu vou guardar.
É esta que eu vou amar.
Que terá para me contar?
Muitos segredos tem o mar!
Praia de Monte Gordo - Agosto de 2013
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
As sombras
Quando as águas me lavam
as sombras
E me lembram que
elas existem
E são minhas
Embora escondidas
E nunca fale delas
Amo-as
Porque sem elas
Não haveria luz em mim!
Praia de Monte Gordo, em 19 de Agosto
E são minhas
Embora escondidas
E nunca fale delas
Amo-as
Porque sem elas
Não haveria luz em mim!
Praia de Monte Gordo, em 19 de Agosto
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Eis...
Chão molhado de memória esquecida ciclicamente lembrada renovada renascida…
Eis o que são as praias,
Pedras, conchas, búzios, algas, ouriços, estrelas do mar calcinadas
Pelo sol sem tempo...
Eis no que se transformam as nossas vidas,
Que só os poetas cantarão sem o pensarem,
E lembrarão sem o saberem!...
Praia Monte Gordo, aos 19 de agosto
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Brisas antiquíssimas
Dançam melancólicas as brisas antiquíssimas
entre as penas das asas gloriosas leves e ridentes
e as patas enraizadas
mas dissimuladas do vento....
31 de Julho de 2013
entre as penas das asas gloriosas leves e ridentes
e as patas enraizadas
mas dissimuladas do vento....
31 de Julho de 2013
quarta-feira, 31 de julho de 2013
Ondinhas frágeis
Ondinhas frágeis estão chegando cansadas...
Mas mesmo cansadas,
Refrescam o nosso cansaço!...
( Praia de Monte Gordo, 17 de Julho de 2013 )
Foto Net
sábado, 27 de julho de 2013
quinta-feira, 25 de julho de 2013
sexta-feira, 19 de julho de 2013
É um segredo
Venho aqui
Deixar-te um poema
Debaixo da pedra
Debaixo da folha
Debaixo do choupo
É um segredo
Que nem as águas do riacho
Que correm ao lado
Sabem!...
terça-feira, 16 de julho de 2013
sábado, 13 de julho de 2013
E são os ventos...
Há ventos e ventos!
E são os ventos que nos levam e nos trazem,
Nos separam e nos aproximam...
São os ventos...
Lisboa.
Poema trazido com o vento do despertar de hoje, 13 de Julho
Foto Net
quarta-feira, 10 de julho de 2013
quinta-feira, 4 de julho de 2013
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Estamos presos
No meio da prisão
Onde todos aceitaram uma falsa liberdade
Só os homens e as mulheres livres dizem
Estamos presos!
Lisboa, Junho de 2013
Foto Net
Onde todos aceitaram uma falsa liberdade
Só os homens e as mulheres livres dizem
Estamos presos!
Lisboa, Junho de 2013
Foto Net
terça-feira, 25 de junho de 2013
Ainda sobre o voo...
Voar,
Mas com o cheiro sagrado da terra
Nas asas sorridentes
E luminosas,
Com os bicos contentes.
Junho de 2013
Foto Net
Mas com o cheiro sagrado da terra
Nas asas sorridentes
E luminosas,
Com os bicos contentes.
Junho de 2013
Foto Net
sexta-feira, 21 de junho de 2013
terça-feira, 18 de junho de 2013
Havia uma pedra no meio do caminho...
No meio do caminho havia uma pedra, diz o poema de Carlos Drummond de Andrade.
Havia.
E na minha vida sempre houve muitas pedras.
Mas de cada vez que a gente remove a pedra agradece a Deus
E continua a caminhar.
Ah!...Que bom!...
Voltei a ser cigano.
Já posso ir ver o mar...
Lisboa, 18 de Junho de 2013
( Foto Net )
sábado, 15 de junho de 2013
MOMENTO
- Poema de Rita Aleixo
Algo rebentou.
Uma semente
Um soluço de absoluta necessidade
Uma tristeza demasiado pesada
Para continuar ali presa no esquecimento.
Ficaste parado, como que em câmara lenta,
À espera de perceber o que de estranho se passara.
Que acontecera?
Permaneces aí enquanto o vento rebola na tua face,
Enquanto as pessoas passam distantes
E as folhas caem das árvores nuas para o inverno.
E tudo à volta gira, seguindo o natural ritmo das coisas.
Os dias passam, as horas flutuam umas sobre as outras,
Noites e novos dias sobrepõem-se,
Tudo está em movimento excepto
Esse momento em que te encontras aí
Longe do tempo que parece ter parado embasbacado
Por uma certa indeterminada razão que ainda
Não surgiu em ti.
Surpreso como tu, parece esperar que te recomponhas
Para então também seguir em frente
Com o presente estacado nas profundezas do passado,
E com o que passou presente a cada instante
Desse momento vazio onde tudo se move menos tu.
Algo mudou.
Um estremecimento interior
Um murmurar incessante
Uma fina gota cortante
Algo cujo impacto parece ter abalado os alicerces
Por onde respiravas, por onde andavas, por onde tudo fazias.
Tudo à tua volta traz asfixia, prisão, fragilidade
Tudo parece desmoronar com uma maior facilidade que um
Baralho de cartas jogado ao mar.
Apetece chorar, desistir, desfalecer.
As vozes ecoam incertas,
A clareza de outrora esvai-se, distancia-se, já não se encontra
em lado nenhum.
Tudo parece ter desaparecido tal como era
Tal como sempre o tinha sido
A ilusão, os sons, as imagens do quadro somem-se
Com o olhar de cada minuto focado
Em tudo o que ali estivera e já não existe.
Não mais...
Talvez nunca mais
Talvez nunca lá tivesse estado.
A folha ficou em branco
Pronta para um novo tempo que há-de vir...
Rita Aleixo
In, "Antologia de Poesia Contemporânea - Entre o Sono e o Sonho - Volume III
Chiado Editora - Fev. 2012
( Foto Net )
quarta-feira, 12 de junho de 2013
ICH BIN GREGA
- Texto de Clara Ferreira Alves
............" Eu vi Delos antes de 2012. Um lugar arqueológico e cuidado, com um museu bem guardado onde se podiam ver belas peças. Agora, Delos é um lugar de contemplação da nossa falência. Delos é Património da Humanidade e a Humanidade somos nós , os civilizados e os bárbaros, os chineses confusos e os germânicos ostracizados.
No barco que vem de Delos, ao deixar a cidade em ruínas, vejo a nossa civilização agonizar. Todas as complexas civilizações morreram. Nem o nosso avanço tecnológico nem a estabilidade das nossas instituições democráticas nos livrará desta morte, em que o passado deixou de ser respeitado e passou a ser ignorado. Ao meu lado, os jovens orientais, agarrados aos iPhones, suspiram por rede, olhos fixos no ecrã minúsculo. Delos não faz parte da sua substância. Não lhes pertence. Não lhes interessa. Um barco de desapontados.
Em Delos, Património da Humanidade, as pedras foram largadas às silvas e aos cardos, às lagartixas e aos corvos. Nasce um pinhal no meio de colunas. Grande parte da cidade está vedada porque se tornou perigosa. As cisternas estão cheias de água estagnada com mosquitos. As víboras rastejam nas sombras. O teatro de Dyonisos não se pode visitar. Nem as casas, a de Dyonisos, de Cleópatra, do Tridente. O museu está deserto e sem guardas, com alas fechadas. O Terraço dos Leões foi invadido pela natureza. A loja fechou. O Estado grego, sem dinheiro, sem funcionários, sem ministério da Cultura, demitiu-se em bloco. As ervas daninhas e as flores silvestres, os répteis e os insetos, devoram Delos. A cidade está submersa em vegetação e abandono e à guarda do tempo, esse grande escltor. Angkor Vat renasce, Delos morre.
E que deixará esta civilização que rivalize com a beleza de uma estatueta de Afrodite ou ma figurinha de terracota? Um iPad."
Livro: " Estado de guerra "
segunda-feira, 10 de junho de 2013
E assim vamos...até quando?
Neste tempo incerto, amargo, injusto,
imoral, desiludido, amargurado, sitiado, de rosto frio, tecnocrático, formal,
mas democrático, país europeu herdeiro garboso da civilização ocidental cristã,
à beira-mar plantado com barcos vazios
de remos e redes parados com os peixes ilesos contentes nas águas infinitas do
mar; país de barriga gorda dos subsídios para cimento de estradas e
prédios para gente cada vez mais pobre para os poder utilizar; riqueza de campos com frutas desprezadas no chão por não terem as
dimensões das regras comunitárias e assim impedidas de entrarem no sagrado
templo do mercado; país de corrupção
descontrolada, de desemprego sempre crescente, com os trabalhadores do Estado
perseguidos como se fossem uns bandidos; aposentados que descontaram toda a vida
legalmente e que são roubados para pagarem as dívidas que não contraíram; velhos
assaltados nas suas residências solitárias; um Estado que não belisca os interesses
gananciosos dos poderosos; uma Justiça que é raro fazer justiça; uma Classe Política
em que pouca gente já acredita; um Presidente da República indiferente aos
apelos do povo para que intervenha e contribua para emendar o rumo trágico do
país…
( Prosaico-presidencialmente
falando ):
- tal não é aconselhável,
pois não está em causa a legitimidade do governo, sendo que uma intervenção
nesse sentido expressaria apena um desejo fácil de protagonismo inútil…
Por isso, ponho-me a inventar metaforicamente
a palavra certa, que rasgue e sangre o
ventre teimoso e míope do pensamento
dominante, que esmaga e destrói a alegria e a esperança de vivermos felizes, e
descortino que só em palavras como
Cardo
Pedra
Rubro
Seta
e outras a inventar urgentemente e tenham o perfume e os picos das rosas e caminhem em marcha fogosa e firme nas rotas fora da
lógica de todos os poderes mafiosos, os instalados no poder, e os que se encontram fora do poder
e apenas desejosos de o conquistar, mas vassalos de esquemas doutrinários
divorciados dos anseios dos tempos que carecem de novos olhares e pensares…
…poderá encontrar-se a fonte fresca e limpa ainda não morta da
liberdade aurora inocência corpo vivo
semente fermento ideias sentimentos sem
medo com amor e fogo e água
ilimitada jacto pronto a ser usado
para derrubar o beco em que o mundo desemboca e nos esmaga e nos sufoca…
( Prosaicamente outros falando : utopia, lirismo, palavras perigosas,
populismo… )
E assim vamos: ….até quando?
( Escrito em Portugal, 10 de
Junho, Dia de Camões )
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Uma gota de água da mais pura
Uma gota de água da mais pura já não é suficiente para
salvar o meu corpo da secura, da aridez desumana dos discursos por mais
lógicos, da alienação do espectáculo verbal e estatístico face ao rosto carente
e desamparado das necessidades essenciais dos homens.
Uma gota de água da mais pura já não é suficiente, ouço o país queixar-se com voz
débil de amargura.O deserto em volta do meu corpo está pejado de bicos
sedentos que querem roubar o bem escasso da água que nos resta e que tanto nos
custou a retirar das profundezas da terra.
É o tempo-limite. Foz amarga dos rios ideológicos
antigos e modernos.
As palavras sem culpa são as únicas entidades amigas
que me rodeiam.
Palavras cansadas de saírem à rua.
De gritarem.
De apelarem para valores ensinados ao longo de mais do
que uma geração, mas agora traiçoeiramente
descartados, esquecidos, escamoteados,
espezinhados, desprezados por quem manda de modo hipócrita, dito democrático.
O que vai acontecer?
Não sei.
Recolho-me.
No deserto olho desencantado para as estrelas.
Fatigado, vou adormecer.
Na esperança porém, de, ao acordar, poder ouvir bater à
porta do país a luz benfazeja e justa de
um novo amanhecer.
Eduardo Aleixo
Lisboa. Mês de Junho de 2013, cheio de desencanto.
segunda-feira, 27 de maio de 2013
A minh'alma
A minh'alma
cansada,
está zangada,
por ver-se incapaz
de desfazer
tanta laçada!...
Mas não tarda
vem comigo
remoçada,
de mão dada,
entoando a canção
da madrugada!...
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Ficha biográfica
Foi algo que do céu caíu
Envolto nele vim eu
Que notícias de Infinito
Que anos perdidos de céu
Foi ilusão pretender
Ser dono do paraíso
Contar histórias encantadas
De noites sem amor e sem riso
Rãs concertando nas águas
Estrelas acenando nos céus
Mil sonhos nos meus cabelos
Meus olhos cobertos de véus
Foi algo que do céu caíu
Envolto nele vim eu
- Onde estão as minhas vestes?
- Nem na terra nem no céu!
segunda-feira, 13 de maio de 2013
O regresso do sol
O sol que o poema não descreve
está nas sombras
que abandonam as cidades
e vão implorar
os afagos do mar.
As árvores,
onde os melros cantam
e observam os cães felizes brincando sobre as ervas,
estão contentes
por causa das sombras
agora ridentes.
Mergulhados nas águas
saudemos o sol
que o poema não descreve.
Lisboa, 18 de Abril 2013
( Foto Net )
está nas sombras
que abandonam as cidades
e vão implorar
os afagos do mar.
As árvores,
onde os melros cantam
e observam os cães felizes brincando sobre as ervas,
estão contentes
por causa das sombras
agora ridentes.
Mergulhados nas águas
saudemos o sol
que o poema não descreve.
Lisboa, 18 de Abril 2013
( Foto Net )
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Rebentam melodias novas
Há silêncios intensos,
com muitas conversas dentro...
Cá fora fico à espera...
Não sei o que vai acontecer!...
Mas já tem acontecido
que destas conversas,
parecidas com a afinação das teclas do piano
ou das cordas do bandolim
rebentam melodias novas...
terça-feira, 30 de abril de 2013
Peito aberto aos ventos
Olhemos puros para fora e para dentro.
Sem medos.
Onde há medos não há lugar para o Amor.
Digamos não às vitimizações e culpas visões de fantasmas algozes inexistentes.
Mostremos o peito aberto aos ventos
Que desarmados com sorrisos...
Já são brisas...
sexta-feira, 19 de abril de 2013
E onde a música vem do vento
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Curvada sobre a terra
sábado, 6 de abril de 2013
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Mais um amigo que parte.
Mais um amigo que parte.
Mais uma cadeira vazia
Que fica
No cenário
Indiferente
Da vida.
segunda-feira, 1 de abril de 2013
sábado, 23 de março de 2013
terça-feira, 19 de março de 2013
sexta-feira, 8 de março de 2013
Somos
Somos barcos que choram
Portos que gritam
Gaivotas que procuram
In " As Palavras São de Água"
Chiado Editora, Setembro. 2009
( Foto Net )
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Chuva, antiga...
Chove e gosto; e sinto, sempre, que o som da chuva é muito antigo; e que chove sobre a terra, sobre mim e sobre o mundo, e eu sou a terra, o mundo, o tempo, a chuva e o som da chuva. Há, no som da chuva, que cai sobre mim, ao ouvir a chuva, o tempo da chuva e o tempo do mundo e o tempo do tempo e o tempo de mim! ...
É como se eu fosse da idade da chuva, da idade da terra, da idade do mundo, da idade do tempo, e por isso não me basta dizer: chove; e é bom ouvir a chuva...Porque algo me faz lembrar o inlembrável e ao dizer isto sei que não é construção da mente para efeitos estilísticos..Não!...É sentimento. Antigo. Como a chuva. E o tempo...
-
In o meu livro, " Os Caminhos do Silêncio " - Chiado Editora, Outubro 2011
( Foto Net )
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
São estas as águas
( Foto do Guadiana, em Mértola )
Que le(a)vam as letras do meu nome.
Águas limpas águas claras águas sempre em movimento.
Nelas desliza o bote do meu destino.
O meu corpo fala a linguagem dos peixes
Que sabem ser este o espaço
Da minha liberdade.
Aqui, o cântico do sol e da bruma
Brota do ritmo harmonioso do meu coração
Identificado com a terra, com o céu e com a água.
O verde das margens é o verde dos meus olhos.
É este o rio certo.
O barco certo.
O ritmo certo.
-------------
In o meu livro, " As palavras são de água "
Chiado Editora, Setembro de 2009
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Amorosamente acarinhados...
sem teias nas palavras e sem brumas no olhar
é que nos vemos, amorosamente acarinhados
com o Todo
do céu e da terra
da vida e da morte
da alegria e da tristeza
da solidão e do abraço
do amor e das mágoas
da mentira e da verdade
sábado, 26 de janeiro de 2013
Imaginações ( IV )
Nos momentos de leveza...
Nos momentos de leveza,
as janelas da luz,
a nascente do sorriso,
o regaço da plenitude
e a unidade do amor infinito
abrem-se,
florescem,
e são bosques
com que sonhas
nas noites do Sonho,
e acordas,
lembrado,
contente.
Nos momentos de leveza,
as janelas da luz,
a nascente do sorriso,
o regaço da plenitude
e a unidade do amor infinito
abrem-se,
florescem,
e são bosques
com que sonhas
nas noites do Sonho,
e acordas,
lembrado,
contente.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Imaginações ( 3 )
( foto Google )
Os Interstícios
O meu olhar procura
O espaço escondido
No meio das pedras antiquíssimas.
São os interstícios!...
Passagens que me levam
Ao sítio misterioso dos búzios.
Ao país sem tempo dos perfumes.
À quentura infinita
De todos os regaços,
Seios,
Braços apertados,
Abraços,
Olhos luminosos:
Parecem os teus olhos,
Mas não são, não!...
São os olhos das estrelas!
Tristes e tão sós!
Com saudades de nós!...
( poema que consta do meu livro, " As palavras são de água ".
Não sou só eu a procurar os interstícios, eles também me procuram!
É um encontro preparado nos caminhos misteriosos do silêncio!...
É um encontro preparado nos caminhos misteriosos do silêncio!...
A consciência do encontro é num tempo sem consciência do tempo.
É um estado de leveza.
De não pensamento.
É então que observo e sinto e pressinto, mas não penso.
É uma forma diferente de ver, de sentir, mas nunca de pensar!
O pensamento não se torna necessário!
As palavras surgem e contam o que os olhos vislumbram.
As imagens que elas traçam são o que os olhos vêem.
Nem posso dizer que espreito pelos interstícios das pedras, ou das folhas, ou das nuvens libertando-se à superfície das águas.
Vou indo sem medo, com uma atenção redentora e uma suavidade no corpo, conduzido pelas asas do sonho.
Não sou acção. Faço parte de um processo.Que não leva muito tempo.Não sei.Sei apenas que se quebra, quando tomo consciência do meu corpo.
Então vejo onde estou.
Então vejo onde estou.
E acho que sonhei!
sábado, 12 de janeiro de 2013
Imaginações ( 2 )
Também acho que é o indizível que me move e me toca às vezes.
Saudades do indizível do que vi na realidade da minha imaginação ou no meu imaginar matematicamente real.
Mas as saudades do chão que piso também as sei como se fosse estrela com saudades da terra de onde tivesse um dia voado como pássaro ou anjo.
É um sentimento melancólico, um pouco triste e estranho, como se eu fosse um estrangeiro neste mundo, este de ter saudades da terra quando chego ao céu e saudades do céu quando na terra dos homens vivo, que é o caso.É como se tivesse esquecido vestes minhas em qualquer parte do universo e gostasse de as recuperar e sentisse um vazio semelhante ao que sentem os amantes com a falta do bem amado, quando no deserto do mundo luminoso do universo sem fim me faltassem coisas finitas como a casa, o mar, o cheiro dos campos, o riso das crianças, o cantar dos pássaros, o olhar amado dos seres, a frescura das manhãs, a cor cálida dos poentes avermelhando as águas azuladas do mar!...
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Imaginações ( 1 )
As fontes
Mas fontes sentidas como se já conhecidas em tempos e espaços não lembrados, mas com afagos indesmentíveis de lembranças!
Saudades de lugares e de tempos fora dos lugares e dos limites do nosso tempo!
Inexistentes, improváveis e impossíveis, dentro da lógica da objectividade, eles existem ontologicamente em mim, como se águas limpas no meu peito me deixassem ver curvado sobre um tempo que ficou indelevelmente gravado e que de súbito se esvai como se pertencesse à eternidade e deixasse a impressão suave de um sinal, de um trilho, de uma marca, de uma mensagem cinzelada como testemunho e testamento na pele invisível da minha alma!...
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Estranha mas real a noite...
Estranha mas real a noite,
com os pensamentos, sentimentos e emoções
desfilando livremente nos caminhos do silêncio,
onde me olham,
e me acenam,
a mim,
que apenas
os observo!...
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