Falo das casas de rosto contente virado para o mar,
da procura apaixonada das conchas raras abandonadas na vazante,
do mistério nunca desvendado da canção dos búzios,
da postura majestática dos cactos com flores vermelhas sobre as dunas,
falo da robusta madureza do teu corpo
aberto como um suspiro
liberto no cansaço do tempo certo!...
É das fontes que falo,
insubstituíveis, teimosas fontes,
escondidas,esquecidas, não lembradas,
mas avidamente luminosas,
sequiosas nos olhos que procuram, se procuram,
no enleio confusamente inevitável
de quem caíu de borco das estrelas,nos labirintos e becos da cidade,
onde as crianças sabem
não haver fronteiras claras entre a vida e a morte,
entre o riso e a tristeza,
e acariciam silenciosamente, com mãos de jade, as lágrimas
que parecem tombar do céu,
mas que brotam violentamente da terra!...
Eduardo Aleixo
6 comentários:
Falas das coisas escondidas, como uma criança que não sabe guardar segredo, falas das coisas que as tuas mãos sentem na terra molhada!
Eu gostei... demais!
Beijo
Muito bonito, Eduardo! Tocou-me cá dentro...beijinhos.
Falas de tantas coisas, Eduardo, e de uma forma tão bonita...
Beijo
"...onde as crianças sabem
não haver fronteiras claras entre a vida e a morte,
entre o riso e a tristeza,..."
Também eu gostaria, hoje, de ser criança.
Bj
Falas sim, e muito bem...
Beijinho, Eduardo*
E os puros de coração(criança de intenção) são onde fica a fronteira...além muito alé,da imaginação!
amei!
Elaine Siderlí
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