Não sei o nome dos pássaros
que cantam nos canaviais
antes de se porem a dormir.
Não é dia, não é noite.
O ar é calmo e as cores são difusas.
Pode haver brisa ou vento.
Se houver vento ouvir-se-à a canção do mar.
Se não houver nuvens fico a olhar as estrelas do céu.
Em qualquer caso ouvir-se-á o silêncio.
É noite sobre o mundo. As rãs coaxam. Os cães ladram.
Os pássaros dormem.
É bom ter nascido.
Eduardo Aleixo
13 comentários:
Não sei o nome dos pássaros
que cantam nos canaviais
antes de se porem a dormir.
Eduardo Aleixo,
como foi gratificante chegar neste espaço literário, onde leio versos refinados da alma poeta, meus cumprimentos, e serei uma seguidora, como deixo o convite para que o poeta visite meus Blogs, e seja um seguidor, com admiração,
Efigênia Coutinho
Ó sinhore, bossemecê surpreende-me! Quando beijo uma árbore na escuridão penso que já se bai deitare e que anda a modos que cabisbaixo. Mas afinal, enganei-me, bossemecê gosta é de oubir piar o pássaro da noite, o ladrar do cão que olha a lua e as ondas do mar que se recolhem para o canto de sereias.
Bossemecê é um grande poeta, sinhor, de uma sensiblidade recolhida entre o céu e a terra.
Gostei munto!!!
Uma beijoca nas suas bochechas coradas.
Maria da Fonte
QUERIDO EDUARDO, MEU POETA DE ELEIÇÃO... ADOREIAS TUAS MARAVILHOSAS E SENSÍVEIS PALAVRAS...
FERNANDINHA
Não sei o que te dizer.
É muito bonito - chega?
Ah, é bom ter nascido, sim!
Beijo
Poema de primavera: de corpos cálidos na varand, ouvindo as sensações, os ruídos... sentidos despertos à espera do que é lindo!
Beijos, Eduardo
Suavemente belo...
Beijinho, Eduardo*
Bonita essa gratidão por teres nascido.
Eu por mim também estou grata.
Bjs.
Laide
É animicamente tão aprazível ouvir e extasiarmo-nos no crepúsculo esmaecente de luz e cores, quase como um mundo transbordante de paz e bem-estar, com o canto recolhedor de pássaros, como natural música dos maquinais homens esquecida ou não sabida, ou o rouco coaxar de despertas rãs a quebrar um pouco a calma de quentes ou mornas noites, ou o ladrar de atentos e sensíveis cães de guarda algures ao longe mas sem ferir nossos sentidos, ou o espreguiçar ou abafado rugir do mar trazido quase ou mesmo docemente até nós e como que a embalar-nos os sentidos e a fazer-nos sonhar, tudo sob incipientes estrelas que vêm de tão infinitamente longe, ou de uma Lua tão dourada que sonhadoramente, e a sonharmos também, nos mira de tão aparentemente perto, para depois de sentirmos toda essa leveza e paz do mundo, em calma, silêncio, mistério, religiosidade, adormecermos em nossa paz interior, pouco tempo e insuficiente para a desumana guerra dos dias que depois regressará ao acordarmos.
Bom e inspirador texto o teu, Eduardo, em que de novo e sempre mostras tua contemplativa, plácida e amante natureza para com a suprema e infinita mãe-Natureza.
Um abraço de igual ou idêntica natureza que é a minha.
Mírtilo
Ter nascido... e depois viver ouvindo o silêncio da natureza a crescer é...Saber!!!!
Lindo, Eduardo!
Um beijo
É muito bom ter nascido, sim. Muito. Gostei de te ler. Beijinhos.
é bom ter nascido...é magnífico quando as palavras nos dão esta sensação de plenitude
obrigada pela oferta
beijos
Caro amigo Eduardo,
Viver é uma festa mesmo que se tenha lágrimas nos olhos.
Abraço
E é bom demais ter nascido e vivido o suficiente pra conhecer seus escritos!
bjus.
Elaine Siderlí.
Postar um comentário