A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;
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De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
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De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.
( Miguel Torga, " Diário I " )
6 comentários:
Sem dúvida! Um belíssimo poema de Miguel Torga feito de nadas, como a vida...beijos.
Gostei e gosto sempre de Miguel Torga.
EA
miguel torga e os seus poemas, lindos... e a chaminé nesse telhado, bonita!
beijinhos
Gaivota
Pois a chaminé é...minha. Obrigado.
Bj.
Eduardo
Este poema de Miguel Torga é de uma sensibilidade espantosa.
Sou muito fã da poesia de Torga.
Um abraço.
Miguel Torga..., pois é, esse Adolfo que preferiu ser Miguel, homem e médico feitos poeta, a poematizar a sua terra, a sua montanha, a sua Trás-os- Montes, que jamais esqueceu enquanto a profissão, mesmo fora, lhe fez ganhar a vida, qual homem (quase) apenas formado de terra, rochas, plantas bravias, paisagens durienses e trasmontanas...
Bom convite, Eduardo.
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