domingo, 2 de novembro de 2008

Lembrança...

( Escrito aquando da morte do meu avô: abrange a lembrança dos outros familiares e amigos que posteriormente partiram )
Sem garras nem foices,
Sem rosto nem voz,
Escondida no frio da manhã,
O homem roubou,
viçoso de sonhos!
Só o corpo ficou,
Inútil,
Estranho.
Pelas paredes,
Pelas mesas,
Pelas cadeiras,
Pela cama,
Trepam raízes vacilantes de ausência,
E caem lágrimas de espanto
Da vida suspensa
Que ficou,
Implorando paciência!...
Só,
De negro vestida,
Fala a mulher com as coisas,
Relembra
E limpa
Os olhos macerados.
E aceitando a quase humilhação,
A injustiça natural
De escolher,
Como planta sacudida,
Um suporte...,
Tacteia...
Recomeça...
Eduardo Aleixo

10 comentários:

tulipa disse...

Que o silêncio me embale, nesta noite em que falta o abraço quente de um amigo...
Enrodilho-me nas asas do meu anjo invisível.
- Anjo, cantas-me uma canção?



Beijos
e
abraços.

poetaeusou . . . disse...

*
como te compreendo,
se existem santas,
uma foi a minha avó,
,
abraço,
,
*

vieira calado disse...

Bom Domingo!
Cumprimentos

Luna disse...

Quando os que partiram deixam saudades é porque foram pessoas lindas onde o amor esteve presente no seu coração
beijos

Caçadora de Emoções disse...

Eduardo.
Sinto tanto a falta dos meus avôs, vivem para sempre dentro de mim...

Um grande abraço,

Deusa Odoyá disse...

Oi meu estimado migo Eduardo.
Como sentimos a falta de um ente querido, sejam nossos pais ou avós.
A saudade nos traz muitas recordações, umas boas e outras ás vezes doloridas no sentir.
Amigo, lhe desejo:
nesta doce magia, que se chamam vida.
Desejo que seus dias possam ter brilho.
viva esses sonhos de forma mágica.
acredite na sua capacidde de torná-los reais e faça acontecer.
uma linda noite para você.
Acredite na vida, nos sonhos e em você.
Abraços amigo.

Regina Coeli.

Paula Raposo disse...

É isso!!! Triste...beijos.

Carla disse...

...amigo a primeira vez que me confrontei com as garras da morte foi precisamente quando o meu avô morreu...ainda hoje mais de duas décadas depois essa memória persiste em mim...isso para explicar o quanto este poema foi importante para mim
beijos

Lúcia disse...

Muito bonito. É, também, assim que sinto a ausência dos (poucos) que me partiram. E nunca me conformei...
Beijos grandes

Anônimo disse...

Eduardo,
Roubei-te dois versos e ofereci-os ao Obama.
(Desculpa a 'paginação')
Pedro Martins