domingo, 8 de junho de 2008

Mas toca, Vivaldi...

Quantas vezes nasci?
Quantas vezes morri?
Por que países nunca vistos
Semeei o meu silêncio,
O meu olhar de espanto?
Toca, Vivaldi,
Enquanto me lembro,
Sem esforço em me lembrar,
Quantas vezes comecei a minha vida,
Olhando para o mar...
É noite.
Lisboa submerge em nevoeiro...
Nas ruas, o inferno dos motores...
Já trabalhei,
Mas só agora me apetece trabalhar:
Criar um espaço de luz,
Uma baía de inocência,
Uma roseira de palavras intocáveis,
O sorriso da cidade a construir...
Tão longa ainda a caminhada!.
Tão distante ainda a paz!
Tão inevitável por vezes a guerra!
Tão difícil a coragem da sinceridade!
Tão longe ainda a Primavera!
Mas toca, Vivaldi...
Eduardo Aleixo

10 comentários:

Paula Raposo disse...

Excelente o teu poema. Sensível, como um poema deve ser...beijos.

Unknown disse...

Obrigado, Paula. Beijos. Bom feriado.
Eduardo Aleixo

Maria P. disse...

Gostei, e gosto de Vivaldi...

Beijinho*

Anônimo disse...

Tão bonito!... continua assim.
Já agora posso pedir que reedites um outro teu poema, que rezava mais ou menos assim:

pensa com o coração, deixa o pensamento...leva tempo....
Bjs.
Laide

Unknown disse...

Obrigado, Maria. Bom feriado. Beijo

Unknown disse...

OK, Laide.
Obrigado.
Bjs

Eduardo Aleixo

Carminda Pinho disse...

Ao pé do mar...tenho sonhado muitas vezes...

Obrigada, pela visita.

Abraço

dona tela disse...

Andei na passeata. Gostei.

Uma noite descansada.

Pedro Martins disse...

Também pode ser fácil a coragem da sinceridade: gostei muito.

Pedro Martins

Paula Raposo disse...

Esqueci-me de dizer que a fotografia do mar está lindíssima! Beijos.