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Sempre que me curvo sobre o espelho da minha idade
Revejo lá longe
Como estrela luzindo
Sobre as alegrias e as tristezas
As derrotas e as vitórias
Dos anos que passaram
O rosto do tempo
Em que era pequenino
Barco de manhã
Olhos cristalinos
Como gotas de orvalho
Proa firme e remos vigorosos
Sorrindo aos portos imaginariamente seguros...
Então, digo-lhe:
- Estamos ainda vivos
Os teus sonhos ainda não se concretizaram
Mas não vamos desistir...
Ou então:
- Olha que nos enganámos nos sonhos
Ou eles nos enganaram
Ou alguém nos enganou...
Mas não faz mal, sabes,
Há mais sonhos,
Muitos sonhos...
Então a criança sorri
Como se fosse o primeiro dia do Mundo...
Eduardo Aleixo
2 comentários:
É bom mantermos sempre viva a criança que existe em nós. Gostei. Beijos.
Cá por mim obrigada!!
Laide
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