A 22 Kms de Bragança está Rio de Onor. Aldeia só. Como quase todas. Casas com ar de abandono. Uma casa reconstruida, à venda.
É certo que por estes sítios ainda existe o comunitarismo. Alguns vestígios se podem ver. Por exemplo nos campos registados na foto: com os quinhões pertencentes a cada um, mas que são trabalhados por todos. " Mesmo que as pessoas não se gramem, trabalham os bocados dos outros. Bem vê, são tradições ", esclarecia-me pessoa conhecida, meu guia local. Percebi. Também o comunitarismo ainda se pratica com a pastorícia. Nas aldeias existe sempre uma pessoa encarregada de levar todos os dias as ovelhas de todos para pastarem. Achei curioso quando me disseram:
- E no regresso, é ver as ovelhas irem directamente para a suas casas quando chegam à frente delas...Não é preciso serem mandadas.
Pondo de lado o pitoresco destas descriçõeso, que registo é a solidão das aldeias a despeito da beleza delas e dos campos, que me apaixona, e do seu silêncio.
Por exemplo, quando passámos em outra aldeia, de nome Quadramil, fiquei a saber que tem 15 habitantes. Casas fechadas com os " escaravelhos " antigos nas portas. Um homem na rua, contente por orientar a manobra da nossa camioneta na rua estretíssima.Cães e gatos.
O mesmo em Vila Meã, início da Meseta.
Na aldeia de Palácios, uma surpresa agradável: um museu com ferramentas e utensílios agrícolas. Lá estavam os " dedais" que os ceifeiros e ceifeiras punham nas mãos por altura das ceifas. Veio-me à memória os tempos duros das ceifas na minha terra alentejana.
Eduardo Aleixo
3 comentários:
Como deve ser calmo e bonito
Saudações amigas
Estive em Bragança em Janeiro. Respira-se paz à volta. Beijos.
É verdade, gostei daquela paz.
Eduardo Aleixo
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