Começa o choro
da guitarra.
Partem-se as copas
da madrugada.
Começa o choro
da guitarra.
É inútil calá-la.
É impossível
calá-la.
Chora monótona
como chora a água,
como chora o vento
sobre a nevada.
É impossível calá-la.
Chora por coisas
distantes.
Areia quente do Sul
pedindo camélias brancas.
Chora a flecha sem alvo,
a tarde sem manhã,
e o primeiro pássaro morto
nas ramadas.
Oh, guitarra!
Coração malferido
por cinco espadas.
Federico Garcia Lorca
( Tradução de Eugéniode Andrade )
8 comentários:
Um dia destes coloquei este poema, mas em castelhano...
Obrigada
Beijo
(estou com dificuldade em publicar este comentário...)
Há poemas que são impossíveis de comentar...de tão belos e que se entranham. A foto também é linda!! Um post espectacular, digo eu. Que nada sei. Beijos.
*
suplica
de trinado odor
guitarra
em verso de lorca
garcia ritmado
cantando federico . . .
,
abraço
,
*
Reconheci-o de imediato, ao poema.
Mas ainda continuo a preferir ler poesia na língua original.
Saudações.
Vá lá! a gitarra chora, mas também ri, também canta!!
PS. gosto muito de Garcia Lorca
Bjs.
Laide
Maria
Paula
Poetaeusou
São
Se há coisa que me põe os cabelos em pé e o sangue a fervilhar é ouvir o sapateado gitano nas cuevas em Granada homenageando no silêncio trágico-cantante da cultura andalusa o géneo de Lorca recitando vesos rubros de vida e de morte...
Abracitos.
Eduardo
Laide
Vê o meu último comentário e junta-te a nós a ouvir a guitarra.
Bjs.
EA
Olá querido Eduardo, uma bela foto para acompanhar espectacular poema... SUBLIME!...
Beijinhos de ternura,
Fernandinha
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