Passam por nós os anos, ígneos pássaros
apressados, e caem muitas penas
Passam por nós os anos: são cavalos
nervosos frente aos toiros nas arenas
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Mas não envelhecemos sempre esperançados
na juventude eterna que não deixa marcas
Estamos marcados desde que nascemos,
transviados por onde não há estradas:
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somente caminhadas sem sair de becos,
miragens de desertos nos confins das ilhas
Passam por nós os anos e só fica
um sulco que se fecha na memória em ferida.
( António Barahona
Lisboa, 1939 )
4 comentários:
Gostei deste poema que não conhecia! 'fica um sulco...'.Beijos.
Paula
Também achei muito interessante.
Bj.
EA
Passam por nós os anos e ainda bem é sinal que vivemos, os sulcos temos que os ultrapassar e vencer.
Bjs.
Laide
Laide
Os sulcos ficam. São marcas. São pegadas. São as nossas rugas. Somos nós. Divinmente humanos. Grandiosos na nossa gandiosa pequenês.
Beijos.
Eduardo
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