segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Os lugares

Os lugares,
só vivem...
dentro de ti!...
E mesmo assim,
se os vives,
ou melhor,
se os lembras,
o que fazes
é lembrares-te!
Dar-te-ás conta porém
de que os lugares
- como a vida -
são cenário!
Mas se não encontrares no cenário
aqueles com quem falavas,
os sonhos com que sonhavas,
os projectos que projectavas,
saberás que és figura a mais na cena
e que o cenário é apenas um cenário,
cuja beleza é vazia de significado!
Saberás que não precisas de regressar ao lugar para o lembrar.
Ficas então serena, mas melancolicamente livre
para regressares à tua peça verdadeira,
em que és um actor de corpo inteiro,
porque nela a vida flui com as águas do presente
e onde à tua espera está um palco cheio de gente...
Eduardo Aleixo

10 comentários:

Paula Raposo disse...

Nem mais...concordo!! Linda a foto! Beijos.

poetaeusou . . . disse...

*
lugares
do imaginário,
que nos prende,
que nos cativa,
que nos isola,
da realidade …
,
bela prosa,
,~
saudações,
,
*

Graça Pires disse...

"Saberás que não precisas de regressar ao lugar para o lembrar".
Os lugares da memória, do afecto, do silêncio.
Gostei do poema. Um abraço.

Anônimo disse...

Tão bonito o que escreveste, sabe bem ler...
Bjs.
Laide

LuNAS. disse...

É assim avida, Eduardo. E tão bem a descreveste...
Bjos

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá querido Eduardo, belo texto...
As recordações ficam em nós, sejam boas e menos boas, mas a realidade da vida e o sentir positivo ou não, faz com que voltemos atrás no tempo e é sempre maravilhoso recordar... Sinal de que estamos vivos!
Boa semana, beijinhos de carinho e ternura,
Fernandinha

Maria P. disse...

Lugares de nós...

Beijinho*

Unknown disse...

Obrigado pela vossa visita. Beijos para todos.
Eduardo.

Anônimo disse...

Os lugares vivem dentro de nós, mas fora de nós são, estão, não mais que lugares rudes ou suaves, belos ou inquietantes... E com o tempo dentro de nós persistem teimosamente, ou quase, de modo agradável, desagradável, melancólico, vital, a maior parte das vezes de modo saudoso, quase nos dando vida ou lenimento no cansaço e na adversidade da vida. Sem dúvida que nós «adoptamos» (os) lugares quase como filhos às vezes e ficam dentro de nós para sempre, sobretudo os da nossa infância ou adolescência, que «brincaram» connosco. Esta foto de um troço desse romano rio Ana, já antes rio Hanas dos Cartagineses, mais tarde «uade» Ana dos Árabes, onde sobressai (na água) o Penedo, é uma boa foto, um lugar a viver (talvez) em ti, mas, se assim for, é pena não teres dito nada em concreto sobre este lugar e teres falado apenas abstractamente sobre lugares, no entanto a tua ideia seria certamente essa, a abstracção, nada de nomes nem referências reais. Vale o poema (sobre lugares). ------ Um Abraço.

Unknown disse...

Sr Anónimo

Tenho pena que não te identifiques.
O espaço é curto para falar sobre o tema, conceito, passado, o que tem ele de real, de importante...
Embora imagine quem tu és...não me cabe a mim dizer quem...até porque me posso enganar.
Se fores quem eu penso que és, agradeço me digas o teu telemóvel,pois tive uma avaria no meu e o teu nome...foi-se.
Sejas, ou não, quero que saibas que prefiro ponhas o teu nome, para nós falarmos do modo como eu prefiro.
E acho que é mais bonito.
Se não quiseres, respeito, responderei à mesma, mas não serei eu, em liberdade, como gosto...
Força.
Fico à espera.
Até porque...muitas coisas nos unem....
Abraço, não obstante.
Eduardo