Poeta convidado: Rainer Maria Rilke
Tu, a quem não digo que acordado
Fico à noite a chorar;
Tu, cujo ser me faz cansado
Como um berço a embalar:
Tu, que me não dizes quando velas
Por amor de mim;
Diz-me: - se pudesses aguentar
Sem a acalmar
A pompa deste amor até ao fim?
...............................
Ora olha os amantes e o que eles sentem:
Mal vêm as confissões
E o que eles mentem!
.....................................
Só tu me fazes só. ...................
Um momento és bem tu, depois é o sussurrar
Ou um perfume sem traços.
Ai! a todas eu perdi entre os meus braços!
Só tu em mim renasces, sempre e a toda a hora:
Por nunca te abraçar é que te tenho agora.
( Paris, Dezembro de 1909)
Rainer Maria Rilke
2 comentários:
Um poeta maior!!
Estou de acordo.
Eduardo
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