segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O activismo em férias

" Engraçado. A Rússia invadiu a Geórgia e as ruas do Ocidente continuam limpas de pacifistas. Não tenho conhecimento da existência de uma manifestação, uma vigília, um reles minuto de silêncio pelas vítimas do sr. Putin. À primeira vista, a culpa é da época estival, que atirou os habituais activistas destas coisas para o descanso balnear ou, em Portugal, para o acampamento do BE. Os activistas são incansáveis, mas com limites. Um dos limites é Agosto. Outro, se calhar mais decisivo, é a desagradável circunstância de a nação invasora não ser os EUA ( nem Israel ) e de a nação invadida ser, para cúmulo, simpática aos americanos. Se não fosse, suspeito que não haveria mar tépido nem praia morna que impedisse uma romaria a Tblissi de escudos humanos, espíritos livres, pensadores " radicais", ONG, actores de Hollywood e figuras folclóricas do género, numa vasta demonstração de que a guerra nunca é a solução e o imperialismo nunca pode passar impune, embora tudo dependa da guerra e do imperialismo."
( Diário de Notícias, 17 de Agosto. Autor: Alberto Gonçalves, em " Dias contados". )

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