quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Poemas de BAI JUYI

1. Colhendo flores de lótus
As folhas de castanhas de água agitadas pelo vento,
uma barca vogando entre cálices de lótus.
Meus olhos encontram a beldade entre as flores,
tímida, baixa a cabeça, o pente de jade cai nas águas.
2. Bela e frágil.
Falo de uma menina,
os olhos como folhinhas de salgueiro,
as maçãs do rosto cor de rosa,
na cabeça as tranças como flores perfumando a brisa.
Há dois anos mirou-se ao espelho pela primeira vez,
há um ano começou a aprender a bordar.
Aos treze anos menina e mulher
ao sabor da sorte e da fortuna.
Mas a geada cai sobre ameixas e pêssegos,
tocou-a, ela murchou para sempre.
Os pais choram a filha morta.
Não nascera para noiva de mortais,
era um anjo tombado dos céus,
condenado a alguns anos de vida na terra.
As coisas mais belas, sempre as mais frágeis,
quebram como vidro, desaparecem como nuvens.
3. Pensamento.
Quando rebenta a corda do alaúde
há sempre forma de a consertar.
Quando se despedaça um coração
não há modo de o reparar.
( Do livro Poemas de BAI JUYI )

3 comentários:

Maria disse...

Excelente poema.
Não há forma, mesmo, de reparar o coração.
Apenas o tempo pode fazer... qualquer coisa...

Beijo

Paula Raposo disse...

Belos estes poemas. Nunca tinha lido. Beijos.

Lúcia disse...

Belos poemas. Não conhecia. O segundo, tão belo, mas tão triste.
Beijos