As folhas de castanhas de água agitadas pelo vento,
uma barca vogando entre cálices de lótus.
Meus olhos encontram a beldade entre as flores,
tímida, baixa a cabeça, o pente de jade cai nas águas.
2. Bela e frágil.
Falo de uma menina,
os olhos como folhinhas de salgueiro,
as maçãs do rosto cor de rosa,
na cabeça as tranças como flores perfumando a brisa.
Há dois anos mirou-se ao espelho pela primeira vez,
há um ano começou a aprender a bordar.
Aos treze anos menina e mulher
ao sabor da sorte e da fortuna.
Mas a geada cai sobre ameixas e pêssegos,
tocou-a, ela murchou para sempre.
Os pais choram a filha morta.
Não nascera para noiva de mortais,
era um anjo tombado dos céus,
condenado a alguns anos de vida na terra.
As coisas mais belas, sempre as mais frágeis,
quebram como vidro, desaparecem como nuvens.
3. Pensamento.
Quando rebenta a corda do alaúde
há sempre forma de a consertar.
Quando se despedaça um coração
não há modo de o reparar.
( Do livro Poemas de BAI JUYI )
3 comentários:
Excelente poema.
Não há forma, mesmo, de reparar o coração.
Apenas o tempo pode fazer... qualquer coisa...
Beijo
Belos estes poemas. Nunca tinha lido. Beijos.
Belos poemas. Não conhecia. O segundo, tão belo, mas tão triste.
Beijos
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