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Perguntaram-me se a crítica alguma vez me orientou.
Respondi:
-Até hoje creio que cumpri apenas o dever de todos os artistas verdadeiros: desorientei-a...
( José Gomes Ferreira, em " Imitação dos Dias ")
Nota: gosto muito da terna ironia deste escritor.
Na página inicial do livro, de que retirei este texto, releio o que escrevi, à laia de recordação, com a data de Junho de 1968:
" Feira do Livro. José Gomes Ferreira ouvindo, ar docemente irónico, humildemente alheio ao que um senhor gaguejante dizia sobre ele. Tive vontade de perguntar-lhe se não estava cheteado daquilo..."
Era assim, com aquele ar aparentemente ausente, que ele via o mundo, penetrantemente, das estrelas ao pó dos caminhos, ...
Não achas, Zé Gomes?
Eduardo Aleixo
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