domingo, 18 de maio de 2008
Le cirque du soleil
Como posso ficar calado depois de ver este espectáculo maravilhoso, com o nome de Quidam?
Quidam, pode ler-se num folheto distribuído pelo Cirque du Soleil, « ...é a história do " eu" dentro de todos nós, que grita, canta e sonha». Direi algumas palavras apenas: Infância e Amor. Cenários com figuras, gestos e movimentos de sonho. Magia. O mundo do trapésio, das alturas, dos acrobatas, a beleza dos corpos, da música, do som, das imagens, do "suspense", do risco, da vitória da criatividade e da fantasia sobre a rotina, o desumano anonimato, a uniformidade cinzenta, as convenções inúteis e a morte. Balões. Fitas coloridas, ondulantes, de pano. Bicicletas. Argolas dançando em volta dos corpos esguios. Os jogos dos " saltos à corda " que joguei na infância com as raparigas da escola e da minha rua. As bolas deslisando magicamente dos ombros, rolando ao longo dos braços até às mãos e depois voando para o chapéu aberto pousado ao contrário sobre a cabeça do artista . Os palhaços...
- A feira não presta se não vier o circo - era assim que dizíamos, tristes e preocupados, quando éramos crianças, nas vêsperas da feira de Agosto, quando já tinha vindo o carroucel, mas o circo, não...
Mas no dia seguinte, assim que deparávamos com o circo a ser "armado" no largo térreo da feira, voltava a alegria: chegaram os palhaços...
Fiz uma viagem até à infância ao ver este fascinante espectáculo levado a cabo por um circo moderno, de excelência. Com artistas de um talento enorme. Com trapesistas que me fizeram silenciar o coração. Com palhaços que fizeram brotar do meu peito risadas sem fim. Mas, no fundo, sempre o mesmo circo. Onde o sol brilhou. Intenso. Em Lisboa. No Grand Chapiteau. No passeio marítimo de Algés. Inesquecível.
Eduardo Aleixo
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